quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Edomir Oliveira sauda prof. Labidi no IHGM



Por Edomir Martins de Oliveira, Cad. 51 (Ex-presidente do IHGM)

                                                                                        
Ilma.Senhora Presidente do IHGM
Diletos confrades
Meus Senhores
Minhas Senhoras



            Convidado pela Senhora Presidente do IHGM para saudar, em nome da Casa, o Prof. Sofiane Labidi em razão de sua posse neste Sodalício, o que veio ao encontro dos seus desejos, é tarefa que vou desempenhar com enorme alegria.
          O empossado meu amigo por quem tenho enorme afetividade, é nome por demais conhecido em São Luís.
          Aqui chegou como visitante, viu a Cidade, por ela se encantou com as oportunidades que lhe foram oferecidas, provou a culinária maranhense, particularmente o camarão e o caranguejo, e tendo gostado, segundo consta do seu depoimento quando recebeu o titulo de cidadão ludovicense que lhe foi outorgado aos 28.08.2012, pela Câmara Municipal de São Luis em festiva reunião, ficou até hoje, pois assim procede, acrescenta ele no seu discurso, “quem come caranguejo e camarão e nunca mais sai da ilha”.
          Júlio César, grande Tribuno Romano, utilizou as expressões “vim, vi e venci” em 47aC, em uma mensagem ao Senado Romano, descrevendo sua recente vitória sobre Farnaces II, na Batalha de Zela. A frase serviu tanto para proclamar seu feito, como também alertar aos senadores, de seu poder militar registrando-se que Roma, a época, passava por uma guerra civil.
          Labidi, a exemplo de Julio César, também veio, viu e venceu todas as dificuldades naturais que um estrangeiro sofre em um novo País, principalmente no tocante a língua e reconhecimento de valor.
          Para registro histórico do empossado, Sofiane Labidi nosso confrade que agora toma assento conosco nesta Casa, na cadeira nº 13, patroneada por Raimundo José de Sousa Gaioso,  é Tunisiano, da cidade de Kelibia, tendo como pais Gedi Labidi e Naima Haj Salah, casado com a Sra. Afef Labidi, e tem um casal de filhos: Aziz e Nour.
          Por tradição da Tunisia, os nomes próprios enfeixam sempre forças aos seus detentores: assim, Sofiane significa sabedoria, Afef, pureza, Aziz, querido, e Nour, luz.  Labidi com sabedoria, constituiu uma família na solidez da pureza  da esposa, contando com dois rebentos, ambos queridos e muito, que lhe trouxeram até hoje a luz necessária para a vida.
          No que diz respeito aos seus passos para chegar até São Luis, veio de sua terra natal, donde saira para a França, especificamente Paris, onde recebeu toda a formação universitária, fazendo mestrado e Doutorado, para um congresso em Fortaleza, com todos os cursos completos, chegando em outubro/1994 e em seguida, atendendo convite de  professores  da  UFMA,  veio  a São Luis, para ministrar um curso na sua área específica de conhecimento que diz respeito a  Inteligência Artificial, do qual é Doutor pelo Instituto Francês de Pesquisa em Informática e Automática.
          Labidi, meu afilhado, primeiro por minha indicação para ocupar uma cadeira nesta Casa de Antonio Lopes, segundo por este solene momento, possui “Larga experiência em Pesquisa e produção cientifica tendo vários artigos publicados em periódicos e congressos nacionais e internacionais na área de inteligência Artificial”.
          É Coordenador do Laboratório de Sistemas Inteligentes – LSI, da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, já tendo ocupado cargo de coordenador de muitos cursos de Pós-Graduação, além de ter ministrado várias palestras no Brasil e no Mundo em inúmeros congressos científicos, e de ser editor de revistas internacionais na área de Inteligência Artificial, tendo, em 2004, sido presidente do Simpósio Brasileiro de Inteligência Artificial (SBIA).
          Envolvem suas áreas de pesquisa, a Engenharia e Gestão do Conhecimento, Tecnologias Educacionais, Telessaúde, Business e Mapeamento de Gerenciamento de Processos.
          No que diz respeito a sua contribuição a cultura maranhense ocupou cargos como Coordenador do Núcleo de Educação a Distância do Pólo da Saúde do Maranhão, foi Pro - Reitor de Pesquisa da Universidade Virtual do Maranhão, Diretor-Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão (FAPEMA) de dezembro de 1995 a abril de 2009.
          Atualmente desenvolve junto ao SEBRAE consultoria na área de Gestão do Conhecimento e Coordenador Executivo do Programa São Luis 400 anos.
          Em 2008, o confrade Labidi recebeu o titulo de Cidadão Maranhense outorgado pela Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão e é detentor da Medalha do Mérito Timbira, maior comenda outorgada pelo Governo do Estado, pelos relevantes serviços prestados às Ciências do Maranhão, tendo em agosto de 2012 recebido o título de Cidadão Ludovicense. 
          Com o seu espírito empreendedor e criativo, o confrade Labidi é membro fundador da Academia Maranhense de Ciências – AMC, tendo sido, em maio de 2011, eleito Presidente da referida Academia, estendendo-se seu mandato até junho de 2013.
          Este Senhora Presidente, Diletos Confrades e Confreiras, o novo ocupante da cadeira nº13. Como se vê, com certeza a sua presença entre nós irá enriquecer este Sodalício. Tenho absoluta convicção de que ele aqui muito poderá realizar, e a cada ano mais. A sua vida de prestação de serviços ao Maranhão não deixa dúvidas quanto a afirmativa.
          Dificuldades iniciais com a língua portuguesa no início de vida no Brasil, e luta pela ocupação dos espaços sociais e profissionais, foram dificuldades logo superadas com invulgar capacidade de trabalho.
          Confrade ora empossado, na Mitologia Grega os deuses olímpicos eram os mais importantes da Grécia Antiga. Residiam no ponto mais alto do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia antiga.  Viviam em um grande palácio de cristal no topo do monte sagrado.
          Eram, segundo os gregos, os deuses que tinham mais poderes e influência na vida dos humanos. Alimentavam-se de néctar e ambrosia, manjar dos deuses do Olimpo, que dava e conservava a imortalidade. Passavam o tempo ouvindo o som da lira do Deus Apolo que era o deus da Música, e se divertiam com o canto das musas e das danças das Graças, deuses da natureza, do encantamento e da beleza.
          Confrade Labidi, você está agora recebendo uma gloriosa herança que de direito já lhe pertence. O Maranhão é fértil em coisas ainda não reveladas e a Cidade de São Luis, cujo titulo de cidadão ludovicense é detentor, é propícia para revelação de suas histórias, de suas lendas e seu folclore.
          Com certeza, com a inteligência privilegiada que Deus lhe deu haverá de pesquisar sobre assuntos que são de interesse do Maranhão e de sua gente, e por isso mesmo de todos nós. Com essas pesquisas, novas descobertas históricas virão.
          Tudo isso lhe servirá de alimento necessário para sobrevivência intelectual e você estará recebendo assim o néctar e a ambrosia, manjar dos deuses Olimpos, que estarão alimentando sua imortalidade.
          As belezas da natureza do nosso Estado serão as músicas necessárias, como alimentos próprios para o diuturno, que o inspirarão e o estimularão para seus trabalhos, como se fossem canto de musas, cheios de encantamento e beleza.
          Confrade Labidi, você agora estará interagindo conosco, e se juntando àqueles que lutam por formar opiniões junto a sociedade cultural, contribuindo para que este Sodalício brilhe cada vez mais.
          Seja bem-vindo entre nós, ocupe a cadeira que lhe está destinada. Aceite o nosso abraço de cortesia amigo, e de boas vindas. Você agora é um dos nossos e está credenciado a trabalhar ao lado de ilustres intelectuais. Parabéns.
         
Obrigado a todos.
                       

Posse de Sofiane Labidi no IHGM

Discurso de Sofiane Labidi na Solenidade de Posse no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGMA para ocupar a Cadeira N. 13, patroneada por Raimundo José de Souza Gayoso.

Quinta-feira, 20/09/2012. 

Sra. Presidente, Dra. Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo ,
Autoridades presentes,
Caras confreiras, caros confrades,
Minha queridíssima esposa Afef,
Amigas e Amigos,
Colegas e Colegos de trabalho,
Funcionários da UFMA,
Membros da Imprensa,
Senhoras e senhores,
Boa noite,

Através do tempo, a humanidade evoluiu da sociedade pré-histórica, para sociedade agrícola, e a sociedade industrial.  Vivemos hoje a sociedade do conhecimento e estamos indo para sociedade da luz, etc.
Vocês sabem quem é o responsável por esta evolução?  É claro que é a “Ciência”.  A ciência, que é a descoberta do conhecimento, é o fruto da nossa curiosidade e das nossas investigações.  A ciência gera conhecimento, tecnologias e inovações que impactam, moldam, e transformam a sociedade; sociedade esta que está se tornando cada vez mais dinâmica, e onde a única certeza que existe hoje é que tudo vai mudar!
As exigências são maiores, as exigências são muito grandes.  Precisamos gerir a mudança, se preparar para o futuro, ser conspiradores adotando atitudes proativas que condicionam o futuro.
Assim, a ciência é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo e da humanidade.  A Ciência deve sempre considerar o desenvolvimento como um processo global.  É preciso sempre enfatizar a importância da educação e da formação dos povos.
O desenvolvimento da mente no âmbito do conhecimento humano contribua para a grandeza e a felicidade dos indivíduos.
Afinal, qual é o papel da ciência para a humanidade?   Um dos maiores filósofos do século XX, Edmund Husserl, em uma famosa conferência intitulada “A crise da humanidade e a filosofia” realizada em 1935 em Viena, demostrou que a ciência em geral, e a ciência moderna em particular, marcada por dois momentos: a revolução de Galileu em 1610 e a divulgação da teoria da relatividade e de mecânica quântica em 1905, saiu do caminho e afastou-se de seus objetivos.
Apesar de todas as críticas, a Ciência, ao ampliar o conhecimento disponível para a humanidade, aumenta constantemente seu controle sobre seu ambiente, o que lhe permita de usar a sua criatividade para melhorar a sua qualidade de vida.
Vivemos todos no mesmo planeta, no mesmo universo.  Reconhecemos agora que estamos em uma situação de crescente interdependência e que o nosso futuro está intimamente ligado à preservação dos ecossistemas em todo planeta e para a sobrevivência de todas as formas de vida.
Nações e cientistas de todo o mundo devem estar conscientes da urgência do uso responsável do conhecimento de todos os campos da ciência para atender às necessidades e aspirações do ser humano, sem abusar desse conhecimento.
Precisamos buscar uma colaboração ativa em todos os campos da ciência: ciências físicas, biológicas e da terra, ciências biomédicas e de engenharia, ciências sociais e humanas, etc.
Todas as culturas podem contribuir para o conhecimento científico universal.  A ciência deve estar a serviço de toda a humanidade, e deve contribuir para proporcionar a todos uma compreensão mais profunda da natureza e da sociedade, para garantir o bem-estar e proporcionar às gerações presentes e futuras um ambiente sustentável e saudável.
Dada a enorme influência da ciência na vida cotidiana, é surpreendente que o cidadão comum continua desinformado nessa área.  Se perguntarmos qualquer pessoa que vier, é praticamente impossível que esta saiba algo sobre a teoria quântica e da relatividade, ou até mesmo por que o Céu é azul? Por que o mar é cinza?  Qual é o significado da maré, etc.  Esta ignorância generalizada é a causa de muitos problemas e exige uma reflexão e uma explicação por todos nós.
É uma das missões nobres que entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência -SBPC, a Academia Brasileira de Ciências -ABC, a Academia Maranhense de Ciências –AMC, e o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão estão enfrentando.
Orgulho-me muito de se tornar hoje membro-efetivo desta casa, pela sua história, pela sua importância e pelos ilustres nomes que fazem ou que fizerem parte dela.
Meu orgulho ficou ainda maior ao ocupar a cadeira numero 13 patroneada pelo saudoso RAIMUNDO JOSÉ DE SOUZA GAYOSO.
Nascido em Buenos Aires na argentina em 1747, filho de JOÃO HENRIQUE DE SOUZA e MICAELA JERÔNIMO GAYOSO.  Estudou na França e na Inglaterra onde se formou na área financeira.
Raimundo José residiu no Maranhão em Cachoeira Grande.  Seu pai João Henrique de Souza foi tesoureiro do erário Português onde foi acusado de desvios de verbas e foi degredado para o Maranhão por 5 anos.  Ao conseguir comprovar sua inocência, o Príncipe Dom José o nomeou Tenente-Coronel do Regimento de Milícias de Caxias.
No Maranhão casou-se com Anna Rita de Souza Gayoso das famílias Gomes de Souza e Vieira da Silva.
Seu nível cultural muito alto lhe permitiu de se destacar deixando várias obras como “Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão”.  Obra publicada por sua esposa Dona Ana Rita em 1818 e dedicada a Dom José.
“Memória histórico-apologética da conduta do Bacharel Antônio Leitão Bandeira”, publicada em 1785.
“Apontamentos do que tem lembrado para aumentar a riqueza do Estado”.
“Reflexões políticas sobre o modo de atalhar algumas desordens da fazenda real” entre vários outras.
Gayoso recebeu o título de Cavaleiro, professo da Ordem de Cristo.
Faleceu em Rosário no maranhão em 1813.
Esta cadeira foi ocupada por 4 ilustres membros, em ordens: (1) José Pedro Ribeiro, (2) Oswaldo da Silva Soares, (3) Aluízio Ribeiro da Silva, e (4) Tácito da Silveira Caldas.
José Pedro Ribeiro sócio fundador do instituto.  Natural do Maranhão, foi Vice-cônsul da Noruega no Brasil e Interino da Dinamarca.  Publicou “Indústria da Borracha” em 1913.
Oswaldo da Silva Soares substituiu o sócio fundador José Pedro Ribeiro.  Nasceu em Pinheiro em 16 de março de 1903, mas foi criado na cidade de São Bento.  Tinha 8 irmãos.  Iniciou os estudos na escola Arimatéia Cisne, concluiu o ensino médio no Colégio Marista e o curso Superior na Faculdade de Odontologia, curso que não concluiu por ter sido convidado pelo tabelião Domingos Barbosa para escrevente juramentado.  Eleito Deputado Federal por concurso público.
Em Alcântara, ele restaurou o pelourinho com seus próprios recursos.  Colecionador de moedas, em 1948 passou a colecionar objetos antigos: móveis, porcelanas, joias, etc. todos expostos na sua residência na Rua São João num 452.
Faleceu em 26 de janeiro de 1997.
Aluízio Ribeiro da Silva, Nascido em Balsas no Maranhão, filho do comerciante João Ribeiro da Silva.  Falecido subitamente quando o filho mais velho Antônio Ribeiro da Silva ocupou-se da família.
Ele deixou várias obras escritas.
Finalmente, a cadeira foi ocupada por Tácito da Silveira Caldas.  Nascido em Teresina no Piauí em 1915, filho de Leônidas Soriano Caldas e Detith da Silveira Caldas.  Cursou em Teresina e depois se transferiu para o Liceu Maranhense em São Luís.
Bacharel em Direito pela Faculdade do Maranhão, recebeu o título de Doutor pela mesma instituição em 1950, onde ingressou como professor em 1951.
Membro do conselho do OAB por vários mandatos.  Foi Procurador da Fazenda Municipal de São Luís, Procurador Geral do Estado do Maranhão.  Desembargador do tribunal de Justiça do Estado e ex-Presidente do Tribunal Regional Eleitoral.
Reconhecido como grande orador público, tem várias obras publicadas.
Senhora e Senhores,
Estou muito feliz, muito orgulhoso, e como não ser, ao ter este privilégio de contribuir com esta terra abençoada por Deus e de receber tantas homenagens como esta: ser membro-efetivo do conceituado Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.
Muito obrigado confrades e confreira, sra. Presidente, sr. Edomir, sr. Vava.
Muito obrigado a todas e a todo,
Um forte abraço e um beijo no coração de cada amiga e amigo que vieram abrilhantar este momento, obrigado do fundo do coração, que Deus Abençoe a todos vocês!
Que Deus Abençoe nosso Instituto,

Muito Boa noite,







terça-feira, 25 de setembro de 2012

Professor Alexandre Correa tomará posse no IHGM

Amanhã, às 18:30, na sede do IHGM, tomará posse na cadeira de número 10, patroneado pelo Pe. José de Moraes, o Professor Doutor do departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).







Edomir Oliveira e Fernanda Rufino lançam livros no IHGM


 

  

C O N V I T E


Tenho a honra de convidar aos confrades, confreiras  e suas famílias para o lançamento do meu mais recente livro "REFLEXÕES BÍBLICAS" no dia 26 próximo, quarta-feira, após a posse do novo confrade. O trabalho foi organizado em parceria com a Missionária Batista, a jovem escritora, FERNANDA RUFINO e tem como tema “NUNCA PARE DE LUTAR. NUNCA!" Abordando igualmente assuntos de temática religiosa. O lançamento de dois livros em um só, será levado a efeito no auditório da sede do nosso IHGM, repito, no dia 26 próximo e além de honrados com sua presença, ficaremos felizes pela sua participação ao evento.


Atenciosamente,

Edomir Martins de Oliveira, cadeira n.º 51

EDITAL DE CONVOCAÇÃO




No uso de minhas atribuições legais e conforme o Artigo 19 do Estatuto, convoco todos os associados desta entidade, para a ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA, que será realizada no dia 26 de setembro de 2012 (quarta-feira), com primeira convocação às 17h e, em segunda e última convocação, às 17h e 30min para apreciação da seguinte pauta:

1 – Balanço do Ciclo de Estudos/Debates “A Cidade do Maranhão: uma história de 400 anos;

2 – Estabelecimento do valor da mensalidade a partir do exercício de 2013 e proposta de desconto para os pagamentos efetivados até o vencimento (dia 5);

3 – Informe sobre o andamento das publicações impressas das Revistas do IHGM ;

4 – Posse do Prof. Dr. Alexandre Fernandes Correa (UFMA), na Cadeira de N.º 10, patroneada pelo Pe. José de Moraes (18:30);

5 – Lançamento dos livros “Reflexões Bíblicas e Nunca pare de lutar, respectivamente de autoria do confrade e ex-presidente do IHGM, Edomir Martins de Oliveira, Cadeira de N.º 51 e Fernanda Rufino.


São Luís, 24 de setembro de 2012.


Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo
Presidente



segunda-feira, 24 de setembro de 2012

José Jorge toma posse na Casa de Antonio Lopes


José Jorge na tribuna do IHGM

Discurso de posse  de José Jorge Leite Soares na cadeira 34, patroneado por Wilson da Silva Soares  (20 de setembro de 2012)


Saudação à Mesa,

Costuma-se dizer que quando desejamos algo o universo conspira a nosso favor. Desta feita foi o meu dileto amigo e destacado membro do Conselho Diretor da Aliança Francesa de São Luís, Antonio Noberto, que conspirou para que eu pudesse tomar assento neste destacado espaço que abriga ilustres confreiras e confrades, cada qual chegado aqui por merecidas e reconhecidas participações na vida acadêmica, científica e cultural da comunidade maranhense.
Dirijo-me ao confrade Antonio Noberto, fazendo uso das palavras de Wilson da Silva Soares, quando, depois de longos anos ausente de sua terra natal, retorna a Pinheiro no final do ano de 1933, para dizer: “O vosso amável gesto, vislumbrou em mim merecimentos que não possuo senão quando sou observado pela lente pronunciadamente convexa da simpatia, por mercê da qual as qualidades triviais se desnaturam para parecer aos olhos do observador desprevenido atributos tão marcantes”.
Imaginem, prezadas confreiras e confrades, um menino nascido numa pequena cidade do interior do Maranhão, que aos 14 anos de idade, em busca do conhecimento, tomou o fluxo das águas do Pericumã e rumou pela foz da baia de Cumã em direção a São Luís para empreender uma longa viagem a Brasília e, mais tarde, a São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, sem sequer ter feito um estágio na capital do Estado. Mais de duas décadas longe de sua terra, já com família constituída (Beth sua amada mulher e os filhos Julia e Bruno), decidiu por fazer o caminho de volta. As raízes que sempre o mantiveram ligado ao solo de sua terra o trouxeram de volta ao seu torrão natal.
E hoje, esse menino sonhador, realiza mais um sonho acalentado nos bancos do colégio Odorico Mendes lá em Pinheiro. Ocupar uma cadeira neste Instituto que já abrigou e continua a acolher personalidades das mais importantes no seio de nossa sociedade. Este momento tem para mim um significado ímpar e registro de início o meu compromisso de retribuir tamanha honraria com aquilo que disponho: a capacidade de trabalho, a dedicação e a vontade de acertar.
Estar hoje recebendo das mãos de sua presidente Dra. Telma Bonifácio dos Santos, avalizado pelos demais confrades e, mais ainda, de estar ao lado de conterrâneos do quilate do Dr. Aymoré Alvin, do Dr. José Marcio Leite e da Dra. Joana Bitencourt, me faz crer que valeu a pena ter recebido umas palmatórias de Dona Mundica Costa (para aprender a tabuada), ter ficado de castigo ajoelhado nos caroços de milho de frente para a parede e dos ensinamentos ministrados nas aulas de redação por Dona Cici Amorim e do apoio e carinho de Dona Diana, minha querida mãe de quem tantos incentivos tive ao longo de toda a minha vida. Sem maiores traumas, olho para traz e vejo como tudo isso foi importante para a minha formação.
Quis o destino que hoje esteja eu assumindo a cadeira de no. 34, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, cujo patrono era um conterrâneo de Pinheiro. E mais ainda, um parente. Wilson da Silva Soares.
A família Soares, através de Odilon Soares, médico renomado, poliglota capaz de dominar fluentemente o alemão, o italiano, o francês, o inglês e o espanhol, alem de largos conhecimentos do Latim, foi o primeiro deputado federal nascido em Pinheiro, marcando sua passagem na Assembleia Constituinte de 1946 como um parlamentar de raro brilho conseguindo a aprovação de dezenas de projetos de sua autoria. Ocupou a cadeira de no. 25 deste Instituto.
Oswaldo da Silva Soares, tabelião, portador de invejável cultura, pesquisador dos mais notáveis, colecionador de obras de arte e com atuação destacada nesta Casa, chegou a ocupar a cadeira de no. 13.
Luiz Alfredo Guterres Soares, poeta, escritor e jornalista, ocupante da cadeira no. 39, tem prestado relevantes serviços a este Instituto e, humildemente, me junto a eles com o compromisso de somar esforços para o engrandecimento desta Casa.
Assim como eu, Wilson da Silva Soares nasceu em março. Era final do século XIX, 1898.
Segundo André Ribard, na Prodigiosa História da Humanidade, nesse ano acontecia mundo afora uma verdadeira revolução no conhecimento científico: Thomas Edison aperfeiçoava a energia elétrica, madame Curie e Monsieur Becquerel isolavam o radium e estudavam a radioatividade natural, Nos Estados Unidos o telefone ligava pela primeira vez duas cidades distantes e na França surgia o cinema com os Lumière.
Por outro lado, segundo Jerônimo de Viveiros, em Quadros da Vida Pinheirense, Pinheiro sofria os efeitos da abolição da escravatura, abalando a sua economia baseada na produção de cerca de quarenta fazendas sustentadas pela força dos braços de mais de mil escravos.
E foi lá que em 20 de março de 1898 uma parteira lhe aplicou as primeiras palmadas e a sua mãe ouviu o choro daquele que viria a se tornar um dos mais importantes filhos de Pinheiro.
Seus estudos foram iniciados em sua terra natal e mais tarde em São Bento, transferindo-se para São Luís em decorrência do falecimento de seu progenitor. Amante das letras, leitor contumaz, iniciou seus estudos superiores na Faculdade de Direito, porém sua vocação pelo jornalismo o levou a abandonar a carreira jurídica.
Fez-se jornalista dos mais notáveis e brilhantes da sua época. Dirigiu o Diário de São Luís, período no qual desenvolveu uma rica produção de artigos publicados em diferentes revistas científicas e culturais.
Habituado ao convívio amável dos bons livros foi um colecionador cuidadoso de obras literárias e chegou a organizar nos baixos da sua residência, em três grandes salões na Rua dos Afogados a maior e mais importante Biblioteca do Estado, não somente pela quantidade de obras, que atingiu a casa dos quarenta mil volumes, mas, principalmente, pelo alto valor literário da grande maioria delas, algumas de renomada raridade.
Após ter criado a Sociedade Maranhense de Estudos, foi um dos idealizadores da Academia Maranhense de Letras e um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, quando em 1925 foi escolhido Patrono da cadeira de no. 34 que hoje, com muito orgulho, repito, assumo neste momento.
Rotariano de destaque e sempre a frente de iniciativas inovadoras, chegou a ocupar a direção da imprensa Oficial do estado do Maranhão, do Arquivo Público do estado e do departamento Estadual de Estatística.
Wilson da Silva Soares, pelo seu elevado espírito público e dedicação teve o reconhecimento dos principais mandatários da época, tais como o presidente do estado José Pires Sexto e do interventor Paulo Ramos. Sua notoriedade já se fazia presente quando influenciado por amigos e correligionários tentou uma vaga na Assembleia Legislativa. Mesmo não obtendo êxito, recebeu uma votação significativa, notadamente de seus conterrâneos pinheirenses.
Registros do Jornal Cidade de Pinheiro mostram que nesse ano, mais precisamente no final de 1933, chegava à redação do Jornal um telegrama informando da visita que faria à sua terra natal.
Partindo de São Luís a bordo do barco Capricho, após ter vencido os banzeiros do boqueirão, ter contornado a Pedra Grande de Itacolomy e ter adentrado pela baia de Cumã, rumo a sua terra natal, Wilson chega a Pinheiro.
Filho dos mais ilustres da cidade àquela época, Wilson fez-se acompanhar pelo desembargador Elizabetho Barbosa de Carvalho e foi recebido pelos seus conterrâneos com salvas de foguetes tão logo a comitiva foi avistada na Ilha de Ventura, à entrada da cidade.
O diretor do Jornal, Josias Abreu abriu as portas e salões de sua elegante residência para recebê-lo na presença das principais autoridades, dos membros da Loja Maçônica “Renascimento” e de lideranças de Pinheiro onde proferiu em nome da cidade a saudação ao mais notável de seus conterrâneos:
“Abre-vos Pinheiro os braços, neste momento emocionada e trêmula para o amplexo de boas vindas que simboliza na eloquência de um gesto, todo o sentir de seu povo” e, finalizando, conclui: “assim, hospedes queridos, não vos dou as chaves da cidade. Ela, para vós, não possui portas e não tem muralhas”.
Mesmo não obtendo êxito na aventura política e dedicando-se com afinco aos estudos estatísticos por ocasião em que dirigia o Departamento de Estatística do estado, foi convidado pelo embaixador Macedo Soares, à época presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para instalar no Estado de Sergipe o Departamento de Estatística local.
Wilson da Silva Soares foi certamente um dos pinheirenses que honraram a terra onde nasceu, por seu talento, por sua cultura e por sua capacidade admirável de trabalho que ele sempre empregou por onde passou com o brilho de sua inteligência e com o elevado espírito público que sempre carregou consigo.
Veio a falecer no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1949 sendo sucedido por Elizabeto Barbosa de Carvalho. Formado em direito pela Universidade de Pernambuco, natural do estado do Piauí, casou-se com uma pinheirense quando de sua passagem pela cidade de Pinheiro como Juiz de Direito. A essa época, fundou o jornal Cidade de Pinheiro, o hebdomadário mais antigo ainda em circulação no estado do Maranhão, contando com a colaboração de Wilson Soares e Clodoaldo Cardoso, entre outros.
Desembargador do Tribunal de Justiça do estado do Maranhão, ocupou o cargo de Corregedor Geral do Estado, chegando a ser o Presidente do Tribunal de Justiça. Como advogado desempenhou-se de forma brilhante como presidente da Ordem dos Advogados do Maranhão. Em 1942 foi nomeado Interventor Federal no Estado do Maranhão, chegou a ocupar pela vontade do povo uma cadeira na Câmara Federal e encerrou sua brilhante história de vida em defesa dos interesses do povo do Maranhão atendendo, mais uma vez, aos apelos populares, quando foi eleito Prefeito de Pinheiro para o período de 1960 a 1964.
Veio a falecer em 18 de março de 1966.
Esta cadeira ainda foi ocupada pelo seu irmão Fernando Barbosa de Carvalho, piauiense de Amarante que adotou o Maranhão para desempenhar seu importante papel como homem público.
Como jurista de formação, teve destacado papel na elaboração da Constituição do estado do Maranhão, ocupou o cargo de Secretário de Estado da Educação e Cultura no governo Eugênio Barros e, posteriormente, no governo de Eurico Ribeiro, conduziu a pasta da Secretaria de Interior, Justiça e Segurança.
Os arquivos do jornal Cidade de Pinheiro registram uma leva de artigos publicados por “Tirso Júnior”: pseudônimo usado por ele durante muitos anos para exercitar, de forma refinada, a sua arte da escrita. Na Academia Maranhense de Letras, a cadeira de No. 17, patroneada por Sotero dos Reis foi, por ele, coupada por muitos anos. Faleceu em 1976.
Como vêem, minhas senhoras e meus senhores, confreiras e confrades, pesa sobre os meus ombros uma carga hercúlea ao suceder estes homens que fizeram de suas histórias a História do Maranhão. Minha responsabilidade torna-se imensa na medida em que a mim só resta envidar todos os esforços para o engrandecimento desta instituição. Este é, a partir de hoje, o meu compromisso com esta Augusta Casa.
Muito obrigado.

José Jorge Leite Soares

O empossado com os confrades

José Jorge, assina o livro de atas


Pres. Telma ladeada pelos dois empossados da noite
Pres. Telma Bonifácio e o Vice-pres. Prof. Euges Lima

Os empossados e suas respectivas esposas

Amigos e confrades prestigiam o evento