quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Foto de Parsonadas de Carvalho é descoberta por sócio do IHGM

Do Blog de  Adalberto Franklin                                                                                                                                      
                                                                                                         
Por Adalberto Franklin
Sócio Efetivo do IHGM

Foto de Parsonadas, descoberta através da BN Digital
Há quase um século, os historiadores do Maranhão buscam uma fotografia de João Parsondas de Carvalho, um dos maiores intelectuais maranhenses do final do século XIX e começo do século XX, irmão da escritora Carlota Carvalho, autora de ‘O Sertão’.

Natural de Grajaú, Parsondas viveu a maior parte de sua vida da Região Tocantina: Boa Vista (atual Tocantinópolis) e Imperatriz, onde passou a viver por volta de 1895 e morreu em 1926, em área hoje pertencente ao município de Montes Altos.

 Conhecia como poucos a geografia do Pará, Amapá, Maranhão e Goiás. Escreveu e fez muitas conferências sobre essa região, no Pará, no Maranhão e no Rio de Janeiro, onde se tornou membro da Sociedade de Geografia. Escreveu e dirigiu jornais em Belém e foi cronista no Jornal do Brasil, na então capital federal. Foi também advogado e juiz municipal. Nos últimos anos de vida, recebeu concessão, aprovada pelo Congresso Nacional, para construir uma estrada de ferro do Pindaré até as margens do rio Tocantins.

Também empenhado há muitos anos em encontrar uma fotografia que revelasse o rosto de Parsondas, consegui casualmente hoje essa proeza, mergulhado virtualmente nas milhões de páginas da recém-liberada Homeroteca Digital da Biblioteca Nacional — no que tenho feito nos últimos meses. Na verdade, não buscava fotografia de Parsondas, pois já estava convencido de que ele não deixara fotografia nem publicação de sua imagem, pois era ele avesso a divulgação pessoal. Costumava terminar seus textos apenas com suas iniciais — P.C. Venho reunindo muitos textos dele e sobre ele, e confesso estar surpreso com o tanto de material recolhido, em dezenas de jornais, sobretudo do Pará, Maranhão e Rio de Janeiro. Era sempre personagem de primeira páginas. Os jornalistas, de todos os cantos, tinham orgulho desse seu confrade. Cruzando buscas no sistema da Biblioteca Nacional, verifiquei uma menção a Parsondas de Carvalho numa edição de 1901 da Revista da Semana, do Rio de Janeiro, numa seção chamada ‘As nossas gravuras’. Esperava, no máximo, um texto sobre Parsondas. Mas lá estava uma foto dele, de perfil, com direito a uma resenha biográfica, legenda e a indicação de que a foto fora feita pela própria revista.

Adalberto Franklin
Essa foto, daqui pra frente, sem dúvida, vai ilustrar publicações em entidades em que Parsondas tomou parte ou é patrono, entre as quais, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a Academia Imperatrizense de Letras, a Academia Grajauense de Letras, dentre outras.


O TEXTO DA REVISTA:

PARSONDAS DE CARVALHO. Publicamos hoje o retrato deste velho jornalista e valente excursionista que a dias chegou a esta cidade [Rio de Janeiro].

 O sr. Parsondas fez a viagem da vila da Imperatriz, no Maranhão, até à estaçãao do Sítio da E. F. Central, a cavalo, tendo partido daquela vila no dia 28 de janeiro do corrente ano.

 É maranhense, tendo residido muitos anos no Pará, onde redigiu o Diário do Grão Pará, o Correio Paraense e o Diário de Notícias, do qual foi redator-chefe.

 (Revista da Semana, Rio de Janeiro, n. 542/65, 11 ago. 1901)