São
Luís – O Maranhão será um dos destaques da próxima edição do Atlas das
Representações Literárias de Regiões Brasileiras, produzido pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A publicação tem como principal
objetivo aliar o conhecimento histórico e geográfico com a percepção espacial
presente nas grandes obras da literatura do país.
O
atlas chega ao seu quarto volume e trará aspectos históricos e geográficos de
alguns lugares litorâneos retratados por meio dos romances literários e São
Luís receberá um olhar especial. A próxima edição, prevista para ser publicada
em 2019, abordará o litoral do Brasil, pois foi por onde iniciaram os processos
de colonização e ocupação do território brasileiro. O Maranhão estará incluído
nas páginas do próximo volume, não apenas por ter o segundo maior litoral do
país, mas por possuir uma riquíssima produção literária.
A
principal proposta do atlas é unir história, geografia e literatura, situando o
leitor nos locais descritos em páginas de importantes obras da literatura
maranhense, como “Os Tambores de São Luís”, de Josué Montello, e “O Mulato”, de
Aluísio de Azevedo, por exemplo, que retratam um pouco de como era constituída
a sociedade maranhense nos séculos XIX e XX.
O
material está sendo desenvolvido pela Diretoria de Geociências (DGC) do IBGE e
as atividades já começaram. Essa semana a equipe de produção formada pelos
servidores Maria Lúcia Vilarinhos, Filipe Borsani e Gustavo Medeiros de Pinho
estiveram em São Luís onde conheceram o conjunto arquitetônico do centro
histórico da capital maranhense e se aprofundaram um pouco mais sobre a
história da cidade, desde a sua fundação até os dias atuais.
“O
atlas é um projeto que, além de inovador, veio preencher uma lacuna no
levantamento da produção literária brasileira. Ele descreve ricamente as
características físicas e de ocupação humana das paisagens regionais utilizadas
por romancistas brasileiros. A partir daí, podemos identificar os cenários que
mais inspiram e que são relevantes a ponto de ambientar uma obra literária, a
distribuição territorial dessas obras e a identificação da concentração ou do
espalhamento da nossa produção literária”, pontuou Marcelo Melo, chefe da
unidade regional do IBGE no Maranhão.
Ele
também destacou a participação do estado na publicação, uma vez que o Maranhão
dispõe de uma rica produção literária.
“Várias obras importantes para a nossa cultura serão citadas, assim como
suas respectivas paisagens serão descritas com um toque científico, o que soará
como uma bela narrativa de romance e permitirá vislumbrar o nosso território
sob uma inovadora perspectiva”, completou.
No último
dia 27 (segunda), pela manhã, os servidores do DGC, estiveram reunidos com
Marcelo Melo e com José Reinaldo Barros, tecnologista de informações
geográficas e estatísticas da unidade regional. Em seguida, se dirigiram ao
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), onde foram recebidos pelo
presidente, Euges Lima, e pelo escritor e professor Flaviano Menezes da Costa.
No
local, o presidente do instituto proporcionou ainda mais subsídios acadêmicos
para a elaboração do atlas, no que diz respeito às contribuições que poderiam
ser oferecidas para enriquecer os relatos sobre São Luís e o Maranhão nas
páginas da publicação. Ele também disponibilizou algumas obras literárias que
ajudarão nas pesquisas.
No
fim do encontro, Euges Lima avaliou positivamente a iniciativa. “Achei bastante
interessante a ideia de fazer essa conexão entre a geografia e a literatura por
meio dos romances. Com certeza vai ser uma contribuição significativa em termos
de conhecimento e informação para todo o país”, disse.
A
publicação, prevista para ser lançada em 2019, abordará o litoral brasileiro e
trará aspectos históricos e geográficos de diversas localidades do país,
retratados por meio de obras da literatura nacional. O Maranhão será um dos
destaques da próxima edição por possuir um amplo litoral e uma riquíssima produção
literária.
Dessa
forma, o Altas das Representações Literárias do IBGE tem o objetivo de
identificar e representar, através de mapas em diferentes escalas, fotos e
imagens de satélites, as regiões brasileiras que constituíram elemento marcante
da trama de algumas das grandes obras da literatura nacional, construindo,
dessa forma, um mapeamento onde a identidade é o elemento central para a
individualização dos segmentos territoriais que compõem o quadro nacional.
Após
os encontros, os servidores da DGC do IBGE seguiram viagem e passarão pelos
municípios de Alcântara, Cururupu, Turiaçu. Eles também farão uma passagem pelo
quilombo de Frechal, localizado no município de Mirinzal, que foi o primeiro
quilombo com área demarcada no Brasil após a constituição de 1988.
A
equipe está acompanhada do analista João Ricardo Costa, que é o coordenador de
Disseminação de Informações do IBGE no Maranhão. Em todos esses locais, os
pesquisadores irão conversar com a população local, registrar fotos e conhecer
as histórias e peculiaridades de cada região.
Adaptado de: http://www.ma10.com.br