quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cais da Sagração, 68 anos para ser construído



Por Euges Lima (prof. de história e historiador)


Aproveitando o ensejo do Centenário de Josué Montello, autor do livro "Cais da Sagração" que era a obra mais importante do autor, antes de "Os Tambores de São Luís”, venho hoje, discorrer um pouco sobre a história desse Cais.

Tenho estudado nos últimos cinco anos sobre a história da "Pedra da Memória", mas também das comemorações que foram realizadas aqui no Maranhão e em especial em São Luís, para festejar a Coroação de D. Pedro II.

Como parte desses festejos, várias obras públicas, monumento e instituições foram lançadas nesse período pelo governo da província, dentre elas, estar evidentemente a Pedra da Memória, mas também o Cais da Sagração, daí a origem do nome, em homenagem a Sagração e Coroação do Imperador.

Pois bem, esse Cais foi iniciado em setembro de 1841 e sua construção durou cerca de 68 anos, talvez a obra pública mais longa da história do império brasileiro, passou por inúmeras interrupções e retomadas. Em 1858, tinha sido construindo quase um terço, até a Praia do Caju.

Iniciada em um regime, o Império e concluída apenas na República, em dezembro de 1909, onde não foi feita festa menor do que no seu lançamento, sendo providenciado até uma colher de pedreiro de "prata" para assentar a última argamassa e pedra de tão imponente obra pública que é um marco da história de São Luís.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Nota de Pesar



Zé Carlos Ramos
É com imenso pesar e tristeza que o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) comunica o falecimento, ontem (21) à tarde, às 18h, segunda-feira em Tutóia, do professor e pesquisador JOSÉ CARLOS RAMOS, membro e ex-presidente da Academia de Ciências, Artes e Letras de Tutóia (ACALT), onde ocupava a cadeira de n. 13, patroneada pelo poeta Almeida Galhardo.

Zé Carlos como era mais conhecido, tinha 67 anos, foi um dos fundadores e grande entusiasta dessa agremiação, era graduado em pedagogia, filosofia e ciências da religião, além de possuir pós-graduação em Gestão Pública, nos últimos anos vinha dedicando-se à pesquisa da história de Tutóia com livros publicados sobre o tema, a exemplo de "A Saga da Tribo dos Teremembé", seu mais recente trabalho. O acadêmico exerceu vários cargos públicos no município ao longo de sua carreira.

Em nome do IHGM, prestamos nossa solidariedade e condolências com a dor dos familiares, amigos, confrades e confreiras que se encontram enlutados. Apresentamos nossos profundos sentimentos e respeito pela imensa dor que os toma neste momento.


Euges Lima

Presidente

domingo, 20 de agosto de 2017

IHGM promove palestra no Dia do Historiador



São Luís – Ontem, às 18h, na Livraria Amei no São Luís Shopping foi realizada palestra e lançamento do livro “O Novo Grito do Ipiranga” a convite do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) com a historiadora e arqueóloga paulistana, Valdirene Ambiel que realizou pesquisas arqueológicas inéditas nos restos mortais do primeiro imperador do Brasil, D. Pedro I e nas imperatrizes D. Leopoldina e D. Amélia entre 2010 e 2013.

O evento fez parte da programação do IHGM em homenagem ao Dia do historiador(19 de agosto) e das Comemorações pelos seus 92 anos de fundação que será dia 20 de novembro próximo.

Pela primeira vez foi realizado pesquisas nos remanescentes mortais de D. Pedro I, além de suas duas mulheres, as imperatrizes Dona Leopoldina e Dona Amélia. A exumação fez parte do trabalho de mestrado da arqueóloga e historiadora Valdirene do Carmo Ambiel, que defendeu sua dissertação no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP).

As análises revelaram que D. Pedro I fraturou ao longo de sua vida quatro costelas do lado esquerdo, consequência de dois acidentes, uma queda de cavalo e quebra de carruagem. Ele media entre 1,66 m e 1,73 m e foi enterrado com roupas de general. Ele morreu aos 36 anos, em 1834, em Portugal no mesmo quarto que nasceu e em 1972 seus restos mortais foram transladados para o Brasil.

A exumação dos restos mortais de Dona Leopoldina desmitifica a teoria de que a então imperatriz do Brasil teria fraturado o fêmur após Dom Pedro I tê-la empurrado de uma escada do palácio Quinta da Boa Vista, então residência da família real, localizada no Rio de Janeiro. No exame, não foram encontradas fraturas.

Em relação a segunda esposa de D. Pedro I, Dona Amélia, a imperatriz foi mumificada e tinha partes do seu corpo preservados, como cabelos, unhas e cílios. Medalhas e comendas que foram enterradas com D. Pedro I foram recuperadas durante a análise.


A palestra foi bastante concorrida e contou com a presença de vários membros do IHGM, além de professores, alunos, simpatizantes da monarquia e o público interessado em geral. Após a palestra a arqueóloga realizou uma sessão de autógrafos do livro de sua autoria, produto dessas pesquisas, “O Novo Grito do Ipiranga”, editado pela Linotipo Digital. O livro encontra-se à venda na Livraria Amei no São Luís Shopping e também nas livrarias Cultura.