quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A Praça do Panteon[1]


Por Euges Lima*


Praça do Panteon (1960?)
Como artigo inaugural desta coluna, que se inicia hoje, dedicada a temas relativos à história do Maranhão, resolvemos abordar, a Praça do Panteon e sua história, tema oportuno, pois o logradouro está atualmente em plena reforma de (re)construção. Essa Praça quando comparada com outras Praças históricas do centro de São Luís é relativamente mais recente.

A área de localização desse logradouro é onde ficava parte do monumental prédio colonial (1797) do antigo quartel do 24 BC que ocupava toda a extensão desde a Praça do Panteon até o prédio do Sesc (Serviço Social do Comércio), ladeado pelas Avenidas Gomes de Castro e Silva Maia, estas, erroneamente chamadas por alguns de Praça Deodoro, pois a verdadeira e histórica Praça Deodoro da Fonseca é o quadrilátero defronte a atual Panteon, onde hoje existe um “camelódromo” e “estacionamentos”.  

Após a demolição do prédio do quartel, construíram no local, mais para o final da área do antigo edifício militar, o prédio da Biblioteca Pública do Estado (1950), um prédio com feições neoclássicas, branco e que logo foi apelidado ironicamente pela população de “bolo de noiva”, devido seu formato. Inaugurada na gestão do Governador Sebastião Archer.

Segundo o Jornal Pacotilha de 30 de março de 1954, a denominação para nova Praça, “Panteon” e a ideia de reunir nela os bustos dos grandes nomes da nossa literatura, história e política, foi sugestão e solicitação feita à Câmara de Vereadores de São Luís pelo Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e que obteve parecer favorável de n.º 6 da Segunda Comissão permanente em 29 de março de 1954.

Praça do Panteon (1955?)
Um fato curioso nessa Sessão do dia 29 de março da Câmara, é que além da aprovação de parecer favorável à solicitação de denominação da Praça pelo IHGM, os vereadores, aprovaram também o projeto de lei de n.º 11, de autoria do vereador Walter Bessa, onde faz a doação do terreno da Praça ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, isso demonstra a importância do papel do IHGM no surgimento desse logradouro, além de outras entidades como a Academia Maranhense de Letras (AML).

Antes da remoção dos bustos da Praça e transferência para o pátio do Museu Histórico, em 2005, por sugestão da AML, com o objetivo de evitar o vandalismo e a depredação, havia cerca de dezesseis bustos.

A construção da Praça foi sendo feita aos poucos, meio de improviso e os bustos, também foram sendo colocados um a um, ao longo do tempo, inicialmente por iniciativa do IHGM, AML, familiares das personalidades homenageadas e por intelectuais acadêmicos que faziam parte dessas agremiações científico-culturais.

A Praça teve origem na gestão do Prefeito Carlos Vasconcelos, que em 1955, um ano depois de sua criação, deu início às obras de pavimentação e ajardinamento, feito pelo paisagista João Figueredo. Já na gestão do Prefeito seguinte, José de Ribamar Waquim, foram instalados bancos e pela primeira vez em São Luís, postes com lâmpadas fluorescentes.

Área da Praça do Panteon, reforma(2018)
Os primeiros bustos a serem inaugurados, foram os de Artur Azevedo (1954), Raimundo Correia (1954), este, de inciativa do IHGM, cujo pedestal foi patrocinado pelo Dr. Odilon Soares. Seguido pelos bustos de Dunshee de Abranches (1958) e Nascimento de Moraes, inaugurado em 19 de março de 1959, por iniciativa da AML. Nos anos e décadas seguintes até os anos de 1990, bustos foram sendo inaugurados e transferidos de outros logradouros da cidade para compor o atual Panteon maranhense da Praça.






[1] Artigo publicado anteriormente no Jornal Extra, na Coluna Domínios da História do Maranhão, no dia 16/01/18, São Luís/MA.
* Historiador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM).

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