sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Morre aos 95 anos Nelson Mandela, ícone antiapartheid da África do Sul


O ex-presidente e líder histórico da luta contra a segregação racial da África do Sul, Nelson Mandela, morreu nesta quinta-feira, 5 de dezembro de 2013. A notícia foi passada à nação e ao mundo pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma.

"Meus amigos sul-africanos, nosso amado Nelson Rolihlahla Mandela, o presidente fundador da nossa nação democrática, foi embora. Ele morreu em paz, na companhia da sua família, por volta das 20h50 (horário sul-africano) neste dia 5 de dezembro", comunicou Zuma em rede nacional, enquanto uma multidão de sul-africanos, permeada por policiais e jornalistas, se mobilizava na frente de sua casa, à espera da notícia. "Ele está descansando. Ele está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu um pai", resumiu Zuma.
Mandela tinha 95 anos e há muito lutava contra doenças decorrentes do período em que permaneceu preso por conta de sua luta contra o Apartheid, regime segregacionista que imperou durante décadas no seu país. Ele passou 27 anos preso para depois se eleger presidente da África do Sul, de 1994 a 1999. Famoso por ter combatido o regime segregacionista do Apartheid, Madiba, como é carinhosamente chamado pelos sul-africanos, é uma das personalidades políticas mais bem vistas da história, clamado não só na África do Sul, mas em todo o mundo.
Durante todo o período de internação, pessoas deixavam mensagens de apoio, flores e presentes na entrada do hospital para o considerado pai da democracia sul-africana. O atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma, recorrentemente deu declarações ao público, rendendo homenagem a Mandela e demonstrando apoio a sua família. Primeiro presidente negro da história sul-africana, eleito em 1994, meses após o fim do Apartheid, Nelson Mandela ainda mantinha uma imagem política muito forte no país, sendo respeitado por diversos governantes.
História
Mandela nasceu em 1918 e ainda criança passou pela dificuldade de perder o pai, Henry Mandela, analfabeto e chefe da tribo Tembu, da etnia xhosa, umas das três mais importantes da África do Sul. Embora fosse o herdeiro da liderança tribal, Mandela decidiu renunciar e estudar no Clarkebury Training College, onde ficou conhecido como aluno inquieto, fazendo jus ao seu verdadeiro nome, Rolihlahla, que na língua xhosa significa “criador de problemas”.
A inquietação de Mandela continuou. Após dois anos como estudante da universidade de Fort Hare, Mandela foi expulso por organizar um boicote às eleições estudantis. Já em 1941, ele fugiu para Johannesburgo para não se casar forçadamente e, na cidade, ingressou no curso de Direito da Universidade da África do Sul.
Apartheid
Com a chegada do Partido Nacional ao poder, em 1948, entrou em vigor na África do Sul a política de segregação racial do Apartheid. Mandela, já advogado e com 30 anos, assumiu a liderança da maioria negra e promoveu greves e protestos. Defensor de um país mais igualitário, ele, junto com outros ativistas dos direitos humanos, passou a lutar por princípios de um estado não racial, onde a terra seria dividida entre os que nela trabalhassem.
Já em 1960, Mandela se tornou clandestino em seu próprio país, após o massacre de Sharperville, quando diversos negros foram mortos pelas forças nacionais de segurança por protestarem, pacificamente, contra a Lei do Passe. Esta obrigava os negros sul-africanos a portar uma caderneta que dizia onde eles poderiam transitar. O massacre fez com que a política do Apartheid ganhasse notoriedade mundial pela primeira vez.

Mandela fundou o braço armado do Congresso Nacional Africano (CNA), então uma simples associação, passando a estimular e realizar sabotagens em todo o país. Caçado pelas autoridades, escapou durante 18 meses, disfarçando-se de operário, porteiro e garagista, mas sempre discursando para pequenos grupos clandestinos. Em 1962, porém, Mandela foi capturado pelas autoridades sul-africanas e levado para a prisão, onde, inicialmente, cumpriria pena por cinco anos. No ano seguinte, contudo, acabou acusado de traição e sabotagem junto com outros líderes negros. Após o julgamento, que durou sete meses, foi condenado à prisão perpétua.
Nos 18 anos seguintes, seria o prisioneiro 46664 na prisão da ilha de Robben, onde quebraria pedras até ser transferido para a prisão de segurança-máxima de Pollsmoor, perto da Cidade do Cabo.
Apesar de ter suas ideias impedidas de publicação ou discussão, a obstinação de Mandela em não renunciar a seus princípios e a longa duração de seu cativeiro o transformaram no mais famoso preso político do mundo daquela época. Em 1985, ele recusou proposta do então presidente Pieter Botha, que o pediu que condenasse o recurso à luta armada em troca de sua libertação.
Em meio a muita pressão externa, a própria minoria branca da África do Sul já acreditava que a libertação de Mandela seria a única esperança de uma solução pacífica para os conflitos que devastavam o país. Nesse momento, Madiba não tinha mais sua liberdade condicionada à renúncia da luta armada, e os capítulos finais da negociação da sua soltura foram feitos por fax, diretamente com Frederik de Klerk, novo presidente sul-africano.
Militância em liberdade
Finalmente, no dia 11 de fevereiro de 1990, após 27 anos, seis meses e seis dias de reclusão, Nelson Mandela estava solto, para celebração da população local e de ativistas de todo o planeta. Mas, mesmo livre da prisão, ele permaneceu na sua batalha pelo fim do Apartheid. Logo em sua primeira declaração pública, Madiba agradeceu a todos que se esforçaram por sua libertação e reiterou que estava disposto a morrer pelo seu ideal de luta contra a dominação branca sobre o povo negro e pela liberdade de outros 400 presos políticos.
O processo de negociação com o Governo seria lento e exaustivo, sendo interrompido diversas vezes, por episódios de violência extrema. Um deles levaria Mandela a pedir a intervenção da ONU, em junho de 1992. Nessa época, já eleito presidente do CNA, realizou viagens por vários países, dando novas dimensões ao seu trabalho pelo fim pacífico do regime do Apartheid e por estabelecer os princípios para uma nova África do Sul democrática. Êxito reconhecido com a conquista do Prêmio Nobel da Paz de 1993 (dividido com de Klerk).
No dia 22 de dezembro de 1993, em sessão histórica, o Parlamento aprovou nova Constituição da África do Sul, instituindo legalmente a igualdade racial no país, dando fim ao regime separatista. Com a justiça feita, e o caminho livre para eleição de negros, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul em 1994, o primeiro presidente negro da história do país. Seu mandato terminou em 1999, mas desde então Madiba permaneceu sendo uma das figuras políticas mais influentes do país, status que possuía até a sua morte.
 
Fonte: idest.com.br 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Corpo de Bombeiros do Maranhão comemora hoje 110 anos

Do blog São Luís em Cena
 
 
por Ramsés Silva
 
 
Foto: Gaudêncio Cunha, 1908.
No fim do século XIX, São Luís contava com um dos maiores conglomerados urbanos do país, além do Produto Interno Bruto, que também era grande.

Sendo assim, as mazelas de uma grande cidade brasileira às portas do século XX eram notadamente claras.

Problemas de urbanização e saneamento eram os que exigiam maiores esforços das autoridades, implicando na necessidade da instituição de órgãos que zelassem pela defesa civil.

Nesse sentido, o ponto de partida para a implantação do
Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão tem origem em 1901, com a Lei nº. 294, editada em 16 de abril do referido ano, autorizando a criação de um serviço de combate ao fogo.

Apesar da determinação, somente em 1903 o funcionamento do órgão foi oficializado num "ato do Vice-Governador do Estado à época, Alexandre Colares Moreira Júnior, que criou uma Seção de Bombeiros, encarregada do serviço de extinção de incêndios, comandada por um oficial do Corpo de Infantaria do Estado, o Alferes Aníbal de Moraes Souto. A Seção tinha, além do Comandante, um 1º Sargento, dois 2º Sargentos, um Furriel, 02 Cabos e 30 soldados." Estava formada, portanto, a primeira equipe encarregada do combate a incêndios.

Os insuficientes registros históricos impossibilitam uma maior clareza na descriçao da evolução da Instituição. Sabe-se, portanto, que o Corpo de Bombeiros do nosso Estado funcionou em diversos endereços, talvez explicando o grandioso avanço físico e estrutural ao longo do tempo, já que, no início, funcionava de forma precária e, muitas vezes, improvisada.

"Sabe-se que o mesmo funcionou na Rua da Palma, no
Convento das Mercês
, no centro da cidade e que durante algum tempo foi municipalizado. Em 1926, a Lei estadual Nº. 1264 incorporou a Seção de Bombeiros à Polícia Militar."

O CBMMA, nos seus primórdios, também já se instalou na Av. Gomes de Castro. O crescimento qualitativo da guarnição desde então foi fundamental para a padronização e oferta de serviços tradicionais e novos.

No governo de Paulo Ramos, foi recriada a Seção de Bombeiros, cujo efetivo recebeu, à partir daí, treinamento específico. Em 1957, o órgão passou a ser administrado pelo Estado, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado dos Negócios do Interior e Justiça e o grupamento deveria ter um oficial com especialização BM, segundo a Lei nº. 1138.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Diretor do IHGM recebe Prêmio FAPEMA 2013


 
Diretor do IHGM, professor Aymoré Alvim, recebeu no último dia 25, no Teatro Arthur Azevedo, o Prêmio FAPEMA 2013. Aymoré Alvim é médico, pesquisador, professor aposentado do curso de medicina da UFMA e Presidente da Sociedade Maranhense de História da Medicina.