Senhor
presidente interino do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Prof.
Euges Lima, respondendo pela Profa. Dra.
Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo.
Convidados...senhores(a)
Confrades
e Confreiras.
É
com imenso prazer e satisfação que assumo nesta noite a cadeira de no
49 deste seleto Instituto que tem como patrono o senhor João da Mata de Morais
Rêgo. O sentimento de alegria não está apenas no simples fato de um sonho
realizado, mas, ter a oportunidade de pertencer a uma irmandade composta de
grandes nomes da nossa cultura que contribuíram e contribuem para o
fortalecimento do conhecimento histórico e geográfico do Estado do Maranhão.
Esforço
que mantém essa casa firme e segura, apesar de várias fases sofridas em aclives
e declives da sua existência. Mas, sempre superando obstáculos, atualizando e mantendo
suas tradições que permanecem vivas no seio da nossa sociedade nestes 87 anos. A
bem da verdade é o espirito de união dos seus membros que esse ideal vem se
perpetuando ao longo desses anos.
E
nesse espírito de intenção que homenageio o meu antecessor o Sr. José de
Ribamar Fernandes. Foi sócio ativo, com mais de 30 anos de Instituto Histórico
e Geográfico do Maranhão - IHGM, fez parte em momentos diferentes, da diretoria
e do Conselho Fiscal da entidade. Autor de vários artigos nas revistas do
Instituto ao longo desse período, autor de vários livros, com temas e estilos
variados. No dia 26 de julho de 2013 ascendeu à categoria de sócio honorário
depois de mais de 30 anos de dedicação ao Instituto.
José
de Ribamar Fernandes, primeiro ocupante da cadeira de n. 49, historiador, cronista
e intelectual forjou sua obra tendo como foco o Instituto Histórico e Geográfico
do Maranhão, e por isso, mereceu o título honorífico de sócio honorário.
Rendo
agora as minhas homenagens ao patrono desta cadeira ao fazer um breve relato da
sua trajetória. Apesar de ter nascido na tradicional família dos Moraes Rêgo,
filho de militar e atuante na área de direito, não o livrou de enfrentar
dificuldades financeiras após a morte do Capitão Raimundo Joaquim Moraes Rêgo,
seu genitor. A frustração de interromper os estudos para assumir a responsabilidade
de manter o sustento de seus familiares, o fez atuar nos degraus do ramo
cartorial e tributário até se fixar na cidade de Rosário.
Em
seguida, retorna a vida acadêmica cursando Direito com a posse dos livros
herdados do seu pai e obtém suficiente cultura jurídica através da publicação
de inúmeros artigos em 1863 no Jornal “O País” denominados “Direitos
Administrativos”.
Nessa
época demonstra interesse pela história do Maranhão como comprova artigos de jornais
que estão no arquivo da nossa Biblioteca Pública do Estado do Maranhão.
Ingressou
na política maranhense pelo partido “Estrela” em 1850 e com 25 anos já era
Deputado na Assembleia Legislativa da Província. Reeleito integrou o grupo de
13 deputados que se negou a votar o orçamento solicitado pelo presidente
Eduardo Olímpio Machado, sendo ele o autor da declaração de rompimento.
Considerando
sua indicação para o cargo de escrivão dos Feitos da Fazenda pelo conselheiro
João da Cunha Paranaguá, retorna a São Luís em 1860 com grande popularidade na
Província com a alcunha de “Major João da Mata”.
Cultivando
atividades diversificadas, João da Mata, dividia-se entre os serviços no
cartório, as tarefas do partido Estrela, as comemorações cívicas e religiosas e
a colaboração como redator nos jornais “Estandarte”; “Despertador” ; “o Fórum”;
“a Situação” ; “o Futuro” ; “a Atualidade” ; “o Tempo” e “o Publicador
Maranhense”. Sua presença em todas as ocasiões fez com que o povo de São Luís
criasse o slogan: “Sem o Major João da
Mata não há festa que preste”.
João
da Mata deixou três estudos históricos: “Sinopses históricas da Administração
do Governador e Capitão General Dom Francisco de Melo Manuel da Câmara”; “Memória
sobre a fundação de uma capela no município de Guimarães” e “História da
Imprensa na Província do Maranhão”.
João
da Mata afasta-se do Partido e recebe a qualificação de ingrato após o Dr. José
da Silva Maia tornar-se autoritário a frente de seu Partido.
Orador
de rara eloquência, fator que o aproximou de Gomes de Castro. Assim como
verdadeiras peças de oratória seus pronunciamentos na Assembleia Legislativa do
Maranhão constituem a cultura de João da Mata Moraes Rêgo que faleceu em 3 de
maio de 1886, nesta cidade.
O
ideal que quero manter na minha permanência neste Instituto, é dinamizar a inter-relação
e a sinergia entre o órgão
e a sociedade envolvida com a expansão do conhecimento histórico e
cartográfico.
Vejo
a necessidade que este instituto têm de ser fortalecido, para que o seu papel
seja mais presente e contundente e que com isso possa contribuir de forma
significativa nas áreas de estudo e pesquisa, no planejamento do uso e ocupação
humana e nos levantamentos e registros históricos.
A
ideia é trabalhar a interatividade e o acesso desse conjunto de conhecimento
acumulado nas paredes desta casa para que todos tenham condições de usufruir e
utilizar da melhor forma dentro do contexto de sua atuação. Tenho certeza que a
sociedade sem memória não tem condições de se perpetuar, pois quando não se
aprende com os erros do passado, volta a repetir os mesmos no futuro .
Sou
Geógrafo, homem de relatórios, estudos, mapas e levantamentos, não detenho a
primazia do dom de construir grandes textos, mas sei que no universo das
contradições a história não se faz sem a geografia e tão pouco a geografia sem
a história.
Muito obrigado!
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