Na data em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20), aconteceu a cerimônia de outorga do título de Doutor Honoris Causa à escritora, pesquisadora e militante do movimento negro, Maria Raymunda Araújo, título concedido pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), no auditório do Curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição.
A homenagem foi prestigiada por intelectuais, autoridades
políticas, membros de movimentos sociais, familiares da pesquisadora,
convidados, diretores de Centro, professores, funcionários e alunos da Uema.
A mesa de autoridades foi composta pelos membros do
Conselho Universitário (Consun), presidido pelo reitor José Augusto Silva
Oliveira, do qual fazem parte os pró-reitores de Administração, Walter Canales
Sant’Ana; de Planejamento, Antônio Pereira e Silva; de Pesquisa e Pós-Graduação,
Porfírio Candanedo Guerra; de Extensão e Assuntos Estudantis, Vânia Lourdes
Martins Ferreira; e de Graduação, Maria Auxiliadora Gonçalves de Mesquita.
Também participaram da mesa a coordenadora do Centro de Cultura Negra (CCN),
Ana Amélia Bandeira; o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito
Buzar; e o presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM),
Euges Lima.
Maria Raymunda foi encaminhada à mesa de honra pelo diretor
do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), José Antônio Ribeiro de
Carvalho, que fez o discurso inicial, apresentando a trajetória social,
acadêmica e de militância da homenageada no movimento negro.
Raymunda agradeceu ao professor José Antônio pelo relato de
sua trajetória e ao Consun, por ter sido unânime ao conferir-lhe o título. Além
disso, fez agradecimentos aos familiares e demais presentes na cerimônia.
“Confesso-lhes que jamais me imaginei como centro e motivo
de uma solenidade igual a esta, singularizada por borlas, capelos e vestes
talares. Em tudo quanto fiz e continuo fazendo, não tive e não tenho objetivo
de granjear para mim homenagens porque sempre conferi ao meu trabalho o sentido
de missão, como uma constante em minha vida”, declarou a pesquisadora.
Sobre
Maria Raymunda Araújo (Mundinha)
Nasceu dia 8 de janeiro de 1943, em São Luís, sendo a
segunda dos 14 filhos do gráfico/ferroviário, Eugênio Estanislau de Araújo e de
Neuza Ribeiro Araújo. Cursou o Ginásio e Curso Normal no Instituto de Educação.
Exerceu o magistério de 1964 a 1975. Graduou-se em Comunicação Social pelo
convênio FESM/USP, ainda em 1975, quando foi admitida como técnica em
Comunicação Social no quadro de servidores do Estado no Instituto de Pesquisas
Econômicas e Sociais.
Na década de 1970, participou do LABORARTE e do Coral da
Fundação Universidade do Maranhão, depois Universidade Federal do Maranhão
(Ufma).
Em 1976, fez o levantamento das comunidades quilombolas
rurais.
Em 1979, fundou o Centro de Cultura Negra do Maranhão
(CCN), com os companheiros Silvia Black, Maria do Rosário Carvalho, Isidoro
Cruz, Luizão, João Francisco e outros.
Foi presidente e vice-presidente do CCN, coordenou o
Departamento de Informação e Divulgação da entidade, no período de 1980 a 1986,
produzindo e editando textos, cartilhas e material de divulgação.
Na década de 1980, participou ativamente da mobilização dos
negros em São Luís, organizando e coordenando seminários, cursos, encontros e
demais eventos relacionados à história do negro e a questão racial no Brasil.
Obras publicadas por Mundica: “Breve Memória das
Comunidades de Alcântara”, “A Invasão do Quilombo Limoeiro”, “Insurreição de
Escravos em Viana”, “Documentos para a História da Balaiada”, “Em Busca de Dom
Cosme Bento das Chagas – Negro Cosme-Tutor e Imperador da Liberdade” e
“Descendência de Elesbão Lourenço de Araújo e Ana Raimunda de Sá Caldas
(Donana)”.
Fonte: Ascom/UEMA
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