São
Luís – Amanhã (11), às 18h, no Auditório Ribamar Seguins do IHGM, o historiador,
pesquisador, professor universitário, membro efetivo do Instituto Geográfico e
Histórico da Bahia (IGHB) e sócio correspondente do IHGM, Luiz Américo Lisboa
Jr. irá proferir a palestra “Da modinha
ao Sertão: vida e obra de Catulo da Paixão Cearense.” A palestra é baseada
na pesquisa e na Biografia lançada pelo escritor este ano sobre o maranhense
Catulo da Paixão Cearense e será aberta ao público.
No
ano em que se completam 150 anos de nascimento e 70 da morte de Catulo da
Paixão Cearense, surge a mais completa biografia do nosso poeta, cantor e
compositor escrita por Luiz Americo Lisboa Junior. Com 624 páginas e prefácio
de José Sarney, membro da Academia Brasileira de Letras, o livro narra em
minúcias a história de Catulo e sua família, desde a trajetória de seu pai
Amâncio da Paixão Cearense, no Ceará, Maranhão e Rio de Janeiro, até a morte do
poeta em 1946.
Fartamente
documentado, pela primeira vez são apresentadas ao público as certidões de
nascimento e falecimento de seu irmão homônimo, e a certidão de nascimento de
Catulo, pondo fim às especulações sobre a verdadeira data de seu nascimento. O
livro traz ainda os documentos que provam as datas exatas da saída de Catulo do
Maranhão para o Ceará e sua chegada com a família no Rio de Janeiro.
As
relações sociais, literárias e políticas de Catulo a partir do Império,
passando pela República Velha até o fim do Estado Novo são minuciosamente
narradas, além da sua participação no teatro, na imprensa, no rádio, e sua
relação com parceiros, intérpretes, escritores e editores. Catulo, o homem e a
obra contextualizados e definidos em seu tempo histórico, como um dos símbolos
mais expressivos da cultura brasileira do século vinte.
O
livro vem encartado com um CD contendo 114 músicas em gravações originais
restauradas, desde 1902 até 1937, no maior levantamento já feito de sua
discografia; 97 fotos, muitas inéditas; capas das primeiras edições de seus
livros; 33 caricaturas; anúncios de seus livros na imprensa; capas dos LPs
lançados sobre sua obra; imagens do seu maior manuscrito já encontrado e outros
áudios importantes.
O
cantor, compositor e poeta do sertão em plenitude. Sua vida e obra deixam
finalmente de serem romanceadas ou folclorizadas, ressurgindo documentada à luz
da história.
O palestrante
Luiz
Américo Lisboa Junior, natural de Salvador, nasceu em 11 de setembro de 1960. É
Pedagogo e Historiador. Começou seu trabalho como pesquisador musical em 1975.
Em 1983, realizou o curso "História da Música Popular Brasileira" no
Instituto de Música da Universidade Católica de Salvador, sendo a primeira
pessoa a ministrar um curso sobre a História da MPB em uma Universidade baiana.
De 1983 a 1990, ministrou cursos de História da Música Popular Brasileira na
UFBA, a Universidade Federal de Alagoas, Universidade Federal de Goiás,
Universidade Nacional de Brasília e Universidade Estadual de Santa Cruz em
Ilhéus (BA), além de cursos e palestras em escolas de ensino fundamental e
médio da Bahia. Publicou diversas matérias em jornais da Bahia e de outros
estados e do exterior. Ainda em 1983, escreveu um trabalho, intitulado
"Resumo da História da música popular brasileira de 1870 aos nossos
dias", que teve prefácio de Dulce Calmon, na ocasião Diretora do Instituto
de Música da UCSAL. Em 1990, publicou o livro "A presença da Bahia na
música popular brasileira", no qual reuniu e analisou praticamente todas
as musicas cujo tema é a Bahia. O livro contou com prefácio do compositor Walter
Queiroz e orelha feita pelo historiador paraense Vicente Salles. Em agosto de
2000, lançou seu segundo livro denominado "81 temas da música popular
brasileira", que contou com prefácio do pesquisador Abel Cardoso Junior.
Participando ativamente na Bahia de diversos projetos de pesquisa de música
popular, possui um amplo acervo com mais de 10.000 discos de M.P.B. entre LPs e
78 rotações, e até o presente organizou e digitalizou 90 discografias completas
com 10.570 gravações das obras dos nossos maiores intérpretes, como Carmen Miranda, Carlos Galhardo, Orlando
Silva, Anjos do Inferno, Bando da Lua, Aracy de Almeida, Vicente Celestino,
Francisco Alves, Silvio Caldas dentre outros. Possui também depoimentos e shows
dos mais significativos nomes da M.P.B. além de 75 programas de rádio das
décadas de 1940 e 1950, num total de 950 audições desses programas, como, No
tempo de Noel Rosa, O pessoal da Velha Guarda, Quando canta o Brasil, Quando os
maestros se encontram, Um milhão de melodias etc., uma biblioteca com cerca de
800 volumes só de Música Popular Brasileira, além de grande coleção de jornais
e revistas sobre o tema. Teve matérias publicadas nos mais renomados jornais do
país, como A Tarde, Folha de São Paulo, O Globo, Estado de São Paulo, sendo
colaborador há mais de dez anos do Jornal Agora de Itabuna. Desde 2000, tem
participado de importantes projetos musicais na Bahia como o CD duplo, "Do
lundu ao axé", produzido por Paulinho Boca de Cantor e Edil Pacheco,
comemorativo aos cem anos de música baiana, onde realizou a pesquisa histórica
das músicas. Em 2001 participou do Encontro Nacional de Pesquisadores da MPB
realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em fevereiro de 2002,
participou da produção do CD "Resgatando", com as melhores canções do
acervo da gravadora JS, a primeira da Bahia, fundada por Jorge Santos em
Salvador. Produziu, coordenou e idealizou o projeto do CD "O carnaval Azul
Turquesa da Bahia - Bloco do Jacu", com todas as 23 músicas do bloco
lançadas de 1973 a 1983 compostas por Walter Queiroz, cujo lançamento se deu no
dia 4 de abril de 2003 na Livraria Civilização Brasileira, do Shopping Barra em
Salvador. Seu nome faz parte do Dicionário de Autores Baianos publicado pela
Secretaria de Cultura e Turismo do Estado da Bahia em 2006. No mesmo ano,
participou como pesquisador e autor de alguns textos, do livro, "Bahia
terra da felicidade", do autor Ubaldo Marques Porto Filho, editado pela
Bahiatursa, órgão oficial de turismo da Bahia. Ainda em 2006, seu nome passou a
constar do Dicionário Houaiss Ilustrado/Musica Popular Brasileira, editado em
parceria pelo Instituto Cultural Cravo Albin, e pelo Instituto Antônio Houaiss,
ambos do Rio de Janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário