São
Luís – Nesta semana, constatou-se o furto de mais uma peça dos monumentos de
São Luís, dessa vez, a vítima foi a secular estátua de Benedito Leite, inaugurada
dois anos após a morte do homenageado, em 1911, localizada na Praça do mesmo
nome no Centro e uma das mais antigas da capital. Teve o livro de bronze que fica no seu
pedestal, retirado, restando apenas as marcas.
Esse
fato gerou grande repercussão e indignação nas redes sociais, além de várias
reportagens na TV, gerando assim a imediata mobilização da polícia na tentativa
de resgatar a peça de bronze, antes que fosse tarde demais, como já ocorreu com
diversos outros monumentos.
Tem
sido recorrente esse tipo de situação com os monumentos históricos de São Luís nos
últimos anos, sejam casos de vandalismo, furtos, depredações, abandonos e até
mesmo casos onde são retiradas de logradouros por parte do poder público com a
justificativa de recuperação/restauração, mas que com o passar do tempo, nunca
retornam ao seu local de origem, desaparecendo ou sendo guardados no Museu
Histórico da cidade que acreditamos já não ter mais espaço para abrigar tantos
bustos e monumentos retirados das praças e avenidas.
Só
para citar alguns exemplos mais recentes, temos a estátua de Manoel Beckman,
apelidada pelo povo de Roque Santeiro - talvez por alguma semelhança com o
protagonista da novela dos anos de 1980, que ficava no centro da antiga
rotatória do Bairro do Bequimão, que se encontra desaparecida, a escultura e
chafariz da Mãe D’Agua de autoria de Newton Sá, entre outros. Felizmente, nesse
caso, o livro de bronze da estátua de Benedito Leite foi encontrado ontem (09)
pela polícia.
Preferia cortar a mão que fechar uma
escola
Benedito
Leite foi uma grande liderança da política maranhense da segunda metade do século
XIX e inicio do séc. XX. Nasceu em Rosário no dia 4 de outubro de 1857, formado
em Direito pela faculdade do Recife, foi Promotor, Juiz, Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador e finalmente Governador.
Diferente de outros políticos da época e até de hoje, não vinha de família tradicional da política, não herdou base politica e eleitoral, construiu seu próprio caminho. Reestruturou a Biblioteca Publica do
Estado que em 1958 passou a se chamar Biblioteca Publica Benedito Leite.
Preocupado com o acesso ao ensino público básico e sua qualidade, reformou a Instrução Pública, correspondente hoje das Secretarias de Educação e cunhou a celebre frase que esta grifada no livro
de bronze furtado e felizmente recuperado: "prefiro cortar a mão a assinar
a supressão da escola Normal ou Modelo". Por isso que ele está
representado sem uma mão na estátua, para simbolizar sua preocupação com a
educação pública maranhense. Este ano, Benedito Leite completará 160 anos de
nascimento e quase que seu presente seria o sumiço dessa placa.
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