quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Aldy Mello manda notícias do túnel do tempo


POR MANOEL SANTOS NETO[1]


Ex-reitor da UFMA relata encontros entre ilustres personagens da história da Humanidade



O mais recente livro de Aldy Mello
Com uma viagem no tempo e no espaço, o professor Aldy Mello de Araújo, ex-reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), escolheu uma maneira inusitada para falar sobre idéias, sonhos, esperanças e aventuras do homem na face da Terra. O relato está contido nas 255 páginas de seu mais novo livro, intitulado “O Encontro”.
A obra foi lançada no Café Literário da ExpoT&C, durante a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu em São Luís, no Campus do Bacanga, entre os dias 22 e 27 de julho passado.
Aos 69 anos, o professor Aldy Mello, com uma narrativa simples e cativante, promove neste livro encontros entre personalidades expressivas da história da Humanidade, cujas experiências, ideias e inventos mudaram os rumos da forma como os indivíduos vivem, agem e pensam no mundo contemporâneo.
Cientistas, políticos, pensadores, religiosos e inventores como Isaac Newton, Lênin, Voltaire, Jesus Cristo e Thomas Edison são alguns dos personagens que se encontram em cenários conhecidos pessoalmente pelo autor.
Ele explica que a ideia surgiu quando pensava sobre ciência e tecnologia e o que tem sido produzido atualmente nestas duas áreas. “Percebo que pouco é criado originalmente. Muita coisa é
aproveitada a partir de conhecimentos e invenções já existentes. Então, fiquei pensando o que os grandes criadores e pensadores diriam se pudessem ver como os indivíduos se apropriaram de suas criações. Será que eles estariam satisfeitos?”, questiona.
A escolha dos personagens foi fruto de um trabalho minucioso de dois anos de pesquisa, em que o escritor mapeou figuras célebres de diferentes momentos históricos segundo critérios de importância. Entre as figuras, há um brasileiro, Santos Dumont, que conversa com Júlio Verne sobre os primeiros aviões. Entre os cenários escolhidos, cidades como Beijing, Xangai, Veneza e Rio de Janeiro, o único local no Brasil onde se passam os encontros.
Na cidade maravilhosa, com a vista da praia de Copacabana, quem se reúne é Alexander Flaming e Louis Pasteur. O primeiro, inventor da penicilina; o segundo, descobridor dos micróbios e criador do sistema de pausterização. Ambos deram grande contribuição para a medicina. “O encontro desses dois cientistas acontece no Rio de Janeiro, onde eles se deparam com as favelas e os problemas de saúde pública, diretamente ligados com suas descobertas e criações”, afirma Aldy Mello.
O escritor destaca que os personagens que conversam entre si têm ligações muito próximas e que a conversa entre eles reafirma a importância do diálogo presencial. “Hoje, as pessoas se encontram em frente à televisão, à tela do computador, pelo celular... É importante resgatar a arte do encontro. Daí o nome do livro”, explica.

 Temas da atualidade refletidos num painel de passado e presente


O Jornalista Manoel Santos entrevista o autor
O livro “O Encontro”, que é fruto também das andanças do autor pelo mundo, traz um formidável imaginário do professor Aldy Mello de Araújo. Ele constrói encontros entre seres que um dia foram vivos e tiveram a experiência da vida vivida, agindo como muitos agem hoje.
O prefácio do livro é assinado pelo professor Edmilson de Jesus Costa Filho, coordenador de Políticas e Planos da Agência Espacial Brasileira. Costa Filho observa que Aldy Mello narra em seu livro encontros impensáveis, que seriam proporcionados somente com o avanço da tecnologia, como naquele episódio em que Nat King Kole canta com sua filha Natalie a música “Unforgetable”, através de uma gravação, num verdadeiro dueto entre passado e presente.
“Em seu livro”, diz Costa Filho no prefácio, “Aldy tenta resgatar o encontro presencial, e não meramente fruto do acaso, mas com propósitos de 25 novas reeleituras sobre temas muito atuais”. 
Homem culto, dono de uma erudição impressionante, Aldy Mello reúne em seu novo livro personagens que foram cientistas, políticos, pensadores, filósofos, guerreiros, religiosos, inventores, enfim, homens que ajudaram a fazer a história dos homens e da humanidade, deixando as suas contribuições para o desenvolvimento do mundo.
“Sabemos que eles não voltam mais à terra, mas, possivelmente, continuam a torcer para que suas contribuições possam ser cada vez mais úteis ao universo, mais práticas para a vida moderna e ajudar os homens a serem melhores seres e fazerem suas experiência de vida”, assinala Aldy Mello.
No livro, os mais antigos e famosos filósofos gregos se encontram e falam da filosofia antiga. Sócrates, Platão e Aristóteles discutem, entre si, suas verdades. Eles falam da ética, da virtude e da sabedoria.  Confúcio, chinês, e Gandhi, indiano, falam dos caminhos que indicaram para o mundo e para a humanidade.  Abraão e Moisés, um patriarca e outro profeta, representam a Bíblia Sagrada e falam da terra prometida e do povo de Deus.  Júlio César se encontra com Péricles e lembram seus tempos de Roma e Atenas. 
Jesus Cristo, Buda e Maomé mostram em que suas religiões se diferenciam e falam dos seus milhares de seguidores. Hamurabi, Beccaria e Lombroso abordam crimes e penas. Maquiavel e Abraham Lincoln discutem sobre o Príncipe e a democracia americana.  Cícero e Sêneca comentam sobre Roma, seus tresloucados Imperadores e as proezas da época. Leonardo da Vinci e Picasso, dois grandes expoentes das artes plásticas, discutem sobre arte. Shakespeare e Miguel de Cervantes discorrem sobre suas obras que encantaram o mundo.
Copérnico, Galileu Galilei e Isaac Newton discutem ciência. Napoleão Bonaparte e Alexandre, o Grande, lembram de suas ambições. Marco Polo e Cristóvão Colombo recordam suas aventuras de descobridores. Albert Einstein e Henry Truman falam de bomba atômica.  Montesquieu, Voltaire e Rousseau lembram o iluminismo. Max Weber e Taylor rememoram a revolução industrial e suas consequências. Karl Marx e Mao Tsé-Tung relembram o comunismo e a Revolução Cultural da China.
Santo Agostinho e o Imperador Constantino comentam a evolução do cristianismo. Beethoven e Mozart recapitulam a música erudita. Santos Dumont e Júlio Verne lembram os primeiros aviões. Lênin e Franklin Roosevelt falam do regime soviético e da democracia americana. Simón Bolívar e Thomas Jefferson discutem imperialismo. Lutero e João Calvino debatem religião. Alexander Fleming e Pasteur constatam a falta de saúde.  Thomas Edison e Graham Bell comentam a tecnologia em Cingapura.

Manoel Santos e Aldy Mello apresentam o livro

Biografia

Natural de Tutóia, município localizado no litoral Norte do Maranhão, onde nasceu no dia 28 de agosto de 1942, Aldy Mello de Araújo é professor aposentado da Universidade Federal do Maranhão (UFMA); mestre em Ciências Sociais pela Universidade de Louvain, na Bélgica; especialista em Administração Universitária pela Organização Universitária Nacional – OUI, do Canadá; especialista em Metodologia da Pesquisa Social pela Portland State University, nos Estados Unidos; professor emérito da Arkansas State University, também nos Estados Unidos; bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFMA.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), onde ocupa a Cadeira Nº 45, patroneada por Manoel Nogueira da Silva, o professor Aldy Mello foi reitor da UFMA, da Universidade Ceuma e ex-diretor da Faculdade Euro-Americana, em Brasília. É membro titular do Conselho Diretor da Universidade Federal do Maranhão; da Academia de Ciências e Artes da Câmara Brasileira de Cultura, na área de Ciências Sociais, onde ocupa a cadeira Gilberto Freyre, e do Conselho de Desenvolvimento Tecnológico do Estado do Maranhão.


[1] Esta entrevista foi publicada originalmente na edição de sábado(5/08/12) do Guesa Errante, Suplemento Cultural e Literário do Jornal Pequeno.

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