Dia 28, a partir das 10 horas, em palestra de abertura, a historiadora Mary Del Priore fez um passeio pela história do Brasil, destacando a trajetória do jovem brasileiro, desde o período colonial, passando pelo Império, século xx, até os tempos atuais.
Uma das mais renomadas historiadoras do Brasil, a professora Mary Del Priore conduziu por pouco mais de 50 minutos a palestra de abertura do Festival Geia de Literatura, ocorrida no Centro de Convenções de São Luís.
Autora de livros como Histórias Íntimas, História das Crianças no Brasil e outros títulos, ela criticou a falta de estrutura e de preocupação da corte com a formação educacional de crianças ao longo da história do país, ao proferir um discurso para um público formado por professores da rede estadual e municipal de escolas instaladas no município de Ribamar.
Del Priore pontuou que durante 300 anos a educação no Brasil esteve voltada apenas para os mais ricos, para os filhos de fazendeiros de café, para os colonos que podiam enviar seus filhos para fora do país, enquanto uma educação voltada para a classe média e para os pobres iniciou-se nas décadas de 1910 e 1920, com o início da industrialização brasileira. “Sabemos que a educação é fundamental e o professor tem um papel não apenas individual, mas é alguém que tem uma responsabilidade moral e social. A sociedade precisa de pessoas bem educadas e isso não é apenas formar alunos para melhorarem de vida financeira”, disse ela.
Direitos – Segundo a historiadora, os avanços na educação da população brasileira foram possíveis somente a partir do momento em que grevistas – imigrantes italianos que trabalhavam nas máquinas das indústrias – começaram a cobrar direitos e entre eles estava a educação de seus filhos. “Foi uma atuação privada que iniciou o trabalho da educação no Brasil e para isso foi preciso muito tempo. Hoje em dia, o aluno chega à universidade semialfabetizado e isso não se pode aceitar. Vem tudo desse atraso”, assinalou Del Priore.
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