sábado, 6 de outubro de 2012

APRESENTAÇÃO DE ALEXANDRE CORRÊA

APRESENTAÇÃO DE ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA, NOVO OCUPANTE DA CADEIRA 10, PATRONEADA PELO PADRE JOSÉ DE MORAES (26 de setembro de 2012)

Por  LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ (membro do IHGM)

Conheci o Alexandre há pouco tempo; em maio do ano passado. Estava às voltas com a organização de um evento de seu grupo de estudos -  CRISOL (GPEC – Grupo de Pesquisas e Estudos Culturais) [1] - ali no Domingos Vieira Filho. Greve de ônibus, e os inscritos não apareciam, assim como alguns dos palestrantes; eu era um deles e chegara 30 minutos antes da hora marcada. Observei aquele casal às voltas com as chaves, depois com abrir o auditório, a água, o café com bolachinhas, e ninguém chegava. Como era o único no auditório, até àquela hora, aproximou-se me desejando um bom-dia e pedindo desculpas, pois certamente o evento atrasaria... Identifiquei-me e conversamos um pouco. Entreguei meu material em “PowerPoint”, fizemos os testes, tudo certo. Só faltavam os participantes...
Logo em seguida, chegou o Reitor em exercício, o Prof. Oliveira, para falar sobre os 400 anos de São Luis e a programação que a UFMA estava preparando. Já éramos quatro; 15 minutos depois chegaram dois estudantes: tínhamos plateia. E o evento começou... Com as desculpas do Alexandre, por não iniciar no horário...
 Mas esse foi nosso primeiro encontro ao vivo e a cores. Já o conhecia de algum tempo. De seu trabalho, dos elogios que um seu aluno, o Rafael Aguiar fizera e, em seu nome me consultava se poderia participar do encontro do CRISOL. O tema seria a Capoeira, e poderia falar, também, sobre a programação do IHGM para os 400 anos... Aceitei, e Alexandre entrou em contato via correio eletrônico, convidando-me oficialmente.
 Depois disso, mantivemos contatos, sempre através de correio eletrônico, até um segundo convite, no segundo semestre, para outro evento do CRISOL, onde estreitamos nossos laços. E após ouvi-lo, ao vivo e a cores, nesse segundo evento, consultei-o se teria interesse em associar-se ao IHGM; precisamos estreitar os laços com a Academia, e alguém da área da Antropologia seria bemvindo... De imediato disse-me sim! Incentivado pela esposa, Adriana... Consultei então a Presidente Telma e esta me disse ser uma ótima aquisição. Desde então temos conversado...
Alexandre, de ultima hora, atendeu convite para nosso segundo Seminário como um dos debatedores; os presentes àquele evento extasiaram-se com suas palestras e erudição. Alguns sócios sugeriram um convite a ele, para acompanhar-nos nessa dura jornada. Informei que já fora formalizado o convite, e ele ceita-o. Breve o teríamos como Confrade. Esse dia chegou... 
Creio que - como me identifico -, Alexandre seja um maranhense que por descuido geográfico nasceu carioca. É do Rio de Janeiro, nascido em 1º de março de 1963, filho de Djalma Corrêa Filho e Maria Leny Fernandes Corrêa – ambos nascidos em 1940, e moradores do Rio de Janeiro; foi casado, desde 1997, com Adriana Cajado Costa (Brasiliense/DF, Psicóloga e Psicanalista), tendo dois filhos: Bruno de Lorenzo e Thiago Bello.
Aqui, lembro que Adriana, fisicamente, não está mais entre nós; acompanhamos a evolução de sua doença, as angustias do Alexandre e seus familiares, até a passagem para o outro plano...             O Professor-Doutor Alexandre Fernandes Corrêa começou sua formação intelectual na Escola Municipal Abílio Borges, localizada no bairro Humaitá/Botafogo; o Ensino Médio fez em escolas particulares: no Princesa Isabel, no Brasil-América e no São Fernando. Continuou os estudos, já em nível superior, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se bacharelou em Ciências Sociais: Antropologia (1986); Mestre em Antropologia Cultural, pela Universidade Federal de Pernambuco (1993); Doutor em Ciências Sociais (Antropologia), pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001); e Pós-doutorado em Antropologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Tem um segundo Pós-Doutorado em Antropologia (UERJ-2009).
Em seu Doutorado em Ciências Sociais defendeu a tese que teve por título: “Vilas, Parques, Bairros & Terreiros (Patrimônios Bioculturais) - Novos Patrimônios na Cena das Políticas Culturais de São Luís e São Paulo”. A dissertação de Mestrado em Antropologia teve por título: “Festim Barroco: um estudo do significado cultural da festa dos Prazeres em Pernambuco”. E na graduação em Ciências Sociais - Antropologia discorreu sobre: “Academia de Ciências Humanas do Rio de Janeiro: aspectos históricos”.
            Seu interesse acadêmico abrange: (1) Patrimônio Cultural, tendo como objeto de estudo o imaginário social das práticas do patrimônio e da memória; (2) Memórias Sociais, que abrange estudos e pesquisas sobre as práticas sociais da memória; (3) Antropologia Urbana, onde estuda o meio urbano. Dedica-se ainda aos (4) Estudos Culturais, sobre o imaginário social relacionado às práticas sociais do patrimônio e da memória; (5) à Epistemologia da Complexidade, com estudos na área da Metodologia do trabalho científico implementada nos estudos e pesquisa sobre as praticas sociais do patrimônio e da memória; (6) Patrimônio Etnográfico, sobre tombamento e preservação de bens culturais folclóricos e populares na sociedade brasileira; e por fim, dedica-se à (7) Antropologia do Patrimônio Biocultural.
Atualmente, é professor Associado III da Universidade Federal do Maranhão. É Membro do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (UFMA). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos Culturais (CRISOL). Foi Membro do Conselho Estadual de Cultura do Maranhão nos anos 2008-9.
         Tem publicado quatro livros:  O MUSEU MEFISTOFÉLICO E A DISTABUZAÇÃO DA MAGIA: análise do tombamento do primeiro patrimônio etnográfico do Brasil.. 1. ed. São Luís: UFMA, 2009. v. 300. 192 p.
 FESTIM BARROCO: culturanálise da festa de Nossa Senhora dos Prazeres de Jaboatão dos Guararapes/PE. 1. ed. São Luís: EDUFMA/PGCult, 2009. v. 1. 136 p.
 PATRIMÔNIOS BIOCULTURAIS: ensaios de antropologia do patrimônio e das memórias sociais. 1. ed. São Luís: EDUFMA, 2008. v. 500. 220 p.
 VILAS, PARQUES, BAIRROS E TERREIROS: novos patrimônios na cena das políticas culturais de São Paulo e São Luís. 1. ed. São Luís: EDUFMA, 2003. v. 100. 240 p.
         E em quatro outros, é autor dos capítulos seguintes:
 DINÂMICAS DAS PAISAGENS, DOS PATRIMÔNIOS E DAS MEMÓRIAS SOCIAIS NA ATUALIDADE: O Complexo de Dédalo em Perspectiva In: Flávio Leonel Abreu Silveira; Cristina Donza Cancela. (Org.). PAISAGEM E CULTURA: Dinâmicas do Patrimônio e da Memória na Atualidade. 1 ed. Belém: EDUFPA, 2009, v. 1, p. 179-194.
 SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO NO MARANHÃO: Reflexões sobre a Transmissão da Cultura Sociológica para Jovens. In: Manoel Matias Filho. (Org.). ESPAÇO DOS SOCIÓLOGOS. 1 ed. Natal: Espaço Social, 2009, v. 1, p. 78-85.
 METAMORFOSES CONCEITUAIS DO MUSEU DE MAGIA NEGRA: primeiro patrimônio etnográfico do Brasil. In: Manuel Ferreira Lima Filho; Cornelia Eckert; Jane Beltrão. (Org.). Antropologia e Patrimônio Cultural: Diálogos e Desafios Contemporâneos. 1 ed. Blumenau: Nova Letra, 2007, v. 1, p. 287-318.
 TEATRO DAS MEMÓRIAS E DO PATRIMÔNIO CULTURAL. In: Manuel Ferreira Lima Filho; Márcia Bezerra. (Org.). Os Caminhos do Patrimônio no Brasil. Goiânia: Alternativa, 2006, v. 1, p. 69-88.
            De sua vasta produção científica, destacamos: 28 artigos completos publicados em periódicos, 12 Textos em jornais de notícias/revistas, 16 Trabalhos completos publicados em anais de congressos, 17 Resumos publicados em anais de congressos; 19 Apresentações de Trabalho; 17 Produções técnicas; 19 Produções artística/cultural. Estão identificados ao final desta apresentação...            Perguntei ao Alexandre como veio parar em São Luis. Disse-me ser seu avô pernambucano, e desde sua formação e vivência no Rio de Janeiro - nascido na Zona Norte (Méier) e criado no bairro de Botafogo -, nutria uma atração muito grande pelo Nordeste.             São Luís foi a primeira cidade nordestina que conheceu; aqui, a grata surpresa: da cidade corresponder àquelas imagens que tinha na cabeça, sobre o passado colonial brasileiro. O centro urbano antigo de São Luís produziu pensamentos e sensações profundas, que até hoje são objeto de suas pesquisas e reflexões. Atualmente, ao realizar pesquisas sobre o Teatro das Memórias Sociais - as Festas e Rituais Comemorativos na sociedade local e nacional continua tentando responder aquele espanto inicial ao conhecer a cidade. Sua chegada foi num 25 de fevereiro de 1987, direto no Baile de Carnaval do Clube Jaguarema!             Acabou ficando por aqui, indo trabalhar com Teatro no Município de Morros, com a Profa. Maria de Jesus Medeiros Muniz e Silva; em seguida, começou a dar aulas de Sociologia para o Magistério na Escola de Carlos Cunha, da Rua do Sol; aulas de Antropologia, Sociologia e Geografia, no antigo CETEMA (Centro Teológico do Maranhão, da Igreja Católica). Em 1989, começou a dar aulas de Antropologia, como Professor Colaborador e Substituto na UFMA. Em 1990 iniciou curso de Mestrado em Antropologia Cultural na UFPE (concluído em 1993), do qual produziu o livro Festim Barroco. Em 1991, concurso público para Professor Auxiliar em Antropologia, pela UFMA.            Ter chegado a pleno Carnaval, foi um sinal de que as festas seriam objeto especial de reflexão e pesquisa, como se confirma no momento. Desde aquele fevereiro de 1987 que tenta, através do estudo e da pesquisa, conhecer e compreender a história e a cultura maranhense; trabalho que lhe tem dado muita satisfação e alegrias.           
 Seja bem vindo, Alexandre...

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