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Edomir Oliveira e Euges Lima desencerrando a placa |
São
Luís – O
IHGM possuiu o primeiro museu do estado do Maranhão, fundado em 1926,
mas que ao
longo do tempo e devido a várias atribulações pelas quais passou essa
Instituição ao longo de seus quase 93 anos, acabou se perdendo.
No final da década de 1930, durante o Estado Novo no Maranhão o Instituto Histórico e Geográfico foi perseguindo, sendo desalojado de sua sede e tendo seu acervo de livros e peças museologicas indo parar nos porões do Liceu Maranhense. Em 1948, segundo Antônio Lopes, secretário perpétuo, já computavam cinco despejos até aquele ano.
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Raul Vieira da Silva (filho da homenageada) e Euges Lima |
Sem sede própria até 1950, quando recebeu a doação do Governo do Estado do Maranhão - Gestão Sebastião Archer (1946/1950) - de um prédio, situado à Rua Grande, n.º 640, esquina com a Rua de Santa Rita, finalmente o IHGM encontrou pouso certo. Porém no início de 1970, nova crise, o telhado foi abaixo e aí mais uma mudança de sede e danos causados no acervo. Todas essas mudanças e despejos ao longo dessas décadas, contribuiram para perda e extinção das peças e artefatos museologicas originais que o IHGM acumulou a partir da sua fundação, causando um prejuizo irreparável ao seu acervo.
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José Augusto, Euges Lima e Jadson Gonçalves |
Mas uma nova história vem sendo construída no IHGM nos últimos tempos, pois a operosa gestão atual, que em 2016 recebeu a doação do importante acervo do sociológo e professor da UFMA, Ribamar Caldeira e inaugurou uma sala especifica para abrigar o "Acervo José Caldeira", agora, em mais uma ação de ousadia e competência administrativa, está resgantando o "antigo" espaço museológico que num passado remoto possuiu o Instituto, isso a partir de peças remanescentes e novas doações.
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Euges , Natalino, Fernando e Jadson Gonçalves |
Na última quinta-feira (12), às 16h, no primeiro andar do prédio “ Antônio Lopes”, sede do
IHGM, situado na Rua de Santa Rita, 230, Centro, foi inaugurada a Sala Museológica “Profa. Eneida
Canedo” que reune as principais e mais antigas peças, obras de arte,
esculturas, fotografias, livros e mapas que compõem o acervo do Instituto
Histórico e Geográfico do Maranhão.
O nome
da sala é uma homenagem à professora e geógrafa Eneida Vieira da Silva Ostria
de Canedo, que foi professora do Curso de Geografia da UFMA por mais de trinta
anos e presidente do IHGM entre 2006 e 2010, a primeira mulher a presidir a
instituição, sendo sócia efetiva por quarenta anos, falecida ano passado aos 87
anos.
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Edomir e Euges na Galeria dos Presidentes do IHGM |
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Com
mais de quarenta itens expostos que de certa forma ajudam a contar um pouco da
história do IHGM, ressaltam-se os “medalhões” de 1928 com os perfis de
personalidades da literatura maranhense, esculpidos pelo famoso escultor
maranhense, Newton Sá. Obras de arte da década de 1940, como “ A Cruz e o
Canhão” de R. S. Almeida, 1944; a galeria de fotos dos presidentes do IHGM,
desde seu primeiro presidente até o atual; o busto de Eça de Queiroz que
pertenceu ao escritor Antônio Lobo e foi doado ao Instituto por Arnaldo
Ferreira; a Carta da Ilha de São Luís e a Planta de São Luís, coloridas, publicadas
para comemorar o tricentenário do estabelecimento dos franceses no Maranhão em
1912 pelo Dr. Justo Jansen, médico e geógrafo e que pertenciam ao acervo do
escritor português, Fran Paxeco e que foram doadas, entre outros itens, recentemente
por sua neta, a portuguesa Rosa Machado; uma placa de mármore datada de 1911,
da gestão do Governador Luiz Domingues de reconstrução de uma escola que foi
construída originalmente em 1873; o primeiro livro publicado por Mário Meireles
de 1948, “O Imortal Marabá”, contendo seu discurso de posse na Academia Maranhense
de letras; a primeira edição de 1870 do Dicionário Histórico-Geográfico da
Província do Maranhão do historiador César Marques; o esboço publicado do
escudo da Prefeitura de São Luís de 1926, elaborados por membros do Instituto, além
de vários documentos do IHGM das décadas de 1950, 1970 e 1980, entre outros
itens.
A
gestão “César Marques”, inaugurou essa sala, fechando sua administração com
chave de ouro, entregando esse novo e importante espaço para os sócios,
pesquisadores, alunos e ao público em geral com o objetivo de resgatar, preservar,
divulgar e disponibilizá-lo para visitação o acervo remanescente, além de
estimular novas doações.
A organização e curadoria da exposição é do professor, historiador e
presidente do IHGM, Euges Lima. A visitação à sala está aberta ao público, das 14h às 18h, de segunda à sexta e a entrada é gratuita.
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