Do Site Revista de História da BN e do fHist
Já estão abertas as inscrições para o Festival de História (fHist) 2013, que
promete passar a limpo momentos controversos da memória do país. Com a temática
“Histórias não contadas”, a segunda edição do evento, que acontece entre os dias
19 e 22 de setembro, em Diamantina (MG), abordará o legado dos jesuítas, as
rebeliões coloniais, a Inconfidência Mineira e a Independência do Brasil, entre
outros assuntos polêmicos.
No caso da ditadura civil-militar e da Comissão da Verdade, por exemplo, a
ideia é trazer à tona o papel da imprensa na resistência à censura, detalhes
sobre a Operação Condor e a perseguição de brasileiros no exterior.
Segundo o professor Paulo Cunha, da Unesp, um evento como este pode despertar
a academia para assuntos antes encarados como tabus. “Um caso sintomático é a
Coluna Prestes. Ela é estudada em várias escolas militares mundo afora, menos
nas nossas, salvo como tática, mas não como movimento”, alerta, lembrando também
do caso da obra do historiador e militar Nelson Werneck Sodré (1911-1999). “Por
ter sido um general marxista, nunca foi alvo de atenção nas escolas militares,
tampouco em universidades conservadoras, e agora está sendo revisitada”.
Para isso, além das 14 mesas-redondas programadas e conferências na “Tenda da
História”, o evento traz ao público cinco oficinas, uma mostra de cinema, cinco
espetáculos musicais e o lançamento de livros inéditos, como o 9º volume da
História Geral da África, da Unesco, com direito a bate-papo com os autores.
“A dita apatia do brasileiro pelo estudo da história vem sendo substituída
por um largo consumo – muito saudável, aliás – de diversos produtos ligados ao
tema, como livros, programas de TV e revistas. Até mesmo a produção acadêmica,
antes praticamente inacessível ao leitor não especializado, chega agora às
vitrines de livrarias e é muito bem aceita”, disse, por e-mail, a professora
Pilar Lacerda, uma das curadoras do evento, que vai contar com nomes da
historiografia nacional, como Heloísa Starling, da UFMG, e um dos mais
reconhecidos brasilianistas, o britânico Kenneth Maxwell.
A escolha da cidade-sede também é objeto de destaque. Reconhecida pela Unesco
como Patrimônio Cultural da Humanidade, Diamantina reúne um acervo
histórico-arquitetônico singular, fortemente ligado à exploração de ouro e
diamante. “A cidade oferece um cenário ideal para o Festival. Além de polo
estratégico do turismo brasileiro, Diamantina se consolida como polo
universitário de excelência, sendo portal do Vale do Jequitinhonha”, comenta
Pilar Lacerda.
Para a curadora, o único requisito para a participação no Festival é o desejo
de aprender mais sobre a História do Brasil. “É uma oportunidade rara de
encontrar quem está escrevendo, pesquisando e ensinando história”, aponta Pilar.
“O mais importante é dar acesso ao grande público a este clima permanente de
investigação e procura”, conclui.
As inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo site oficial do
evento(http://www.festivaldehistoria.com.br/). O ingresso custa R$ 30 para estudantes, R$ 60 para professores e R$ 90
para as demais categorias.
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